METROID II
NO GAME BOY, ENFRENTE AS HORRENDAS EVOLUÇÕES DOS METROIDS!
Estamos diante do que pode ser considerado um quebrador de tabus. O primeiro e principal é que, na época do seu lançamento, a maioria dos títulos que chegavam ao Game Boy não passavam de clones imperfeitos de jogos do Nintendinho.
Imagine então a surpresa quando a continuação direta do Metroid original chegou exclusivamente para o portátil da Big N. Não é à toa que Return of Samus foi responsável pela venda de inúmeros sistemas pelo planeta.
Pensado do começo ao fim como um título independente do seu irmão mais velho, colocou o jogador em um dos games mais imersivos da franquia. Aqui, Samus aceita a missão de exterminar a raça dos indesejáveis Metroids na terra natal das criaturas: o arruinado SR388.
Para reforçar a ideia de isolamento, Metroids eram a única coisa que Aran via andando livremente pelo cenário, mas não pense que isto tornava tudo repetitivo. Pela primeira vez pudemos descobrir todas as fases de crescimento desses alienígenas gelatinosos, desde bebezinhos gosmentos e voadores até a aterrorizante Queen Metroid, forma quadrúpede de seis metros de altura que carrega inúmeros filhotes em seu ventre. Foi neste momento que a mitologia desse universo começou a ser aprofundada.
Em inglês, a expressão "alienígena" também significa que algo é tão estranho que parece estar fora de seu lugar em um nível sinistro, apavorante. Com toda a definição biológica e reprodutória dos Metroids estampados na nossa cara, essa sensação de realmente estarmos em um mundo "alienígena" se fortaleceu, valorizando inclusive o gênero da ficção científica nos videogames.
Em Metroid II, você não vivenciava um herói qualquer vencendo criaturas genéricas, aqueles aliens tinham um ciclo inteiro de vida, totalmente baseado na absorção da energia vital de outros seres vivos. Incluindo você.
Ainda hoje, encarar esse título II é uma sensação única. Com os olhos grudados naquela telinha verde e preta, atentos para o menor ruído, o jogador se vê preso em um território que não é seu. Seja em consoles de mesa, seja em portáteis, quantos outros games com estas qualidades você jogou recentemente?
Outro tabu quebrado foi sua progressão linear. Para avançar, a mercenária devia aniquilar um número determinado de monstros. Não entenda isso como uma limitação, mas sim como uma adaptação que deu certo. Mapas enormes a serem explorados não eram compatíveis à tecnologia do portátil, e convenhamos, explodir Metroids não cansa nunca.
É a aventura menos popular da franquia, e é exatamente por isso que aqueles que se dizem fã têm o dever de conhecê-lo. É uma aula de game design, o único do seu tipo.