WARIO LAND 4
O CARA É TUDO, MENOS UM MARIO GENÉRICO
Ojogo entrou em minha vida acidentalmente. Comprei um Nintendo 3DS usado e, ao entrar na Nintendo eshop, descobri que meu portátil fazia parte do Programa de Embaixadores. O benefício deu 20 jogos de NES e Game Boy Advance aos primeiros compradores do sistema. Entre os clássicos disponíveis, Wario Land 4 era a única incógnita para mim.
Minhas noções preconcebidas de que não passaria de um Mario com roupa amarela e roxa logo caíram por terra. Minha mente demorou para entender as mecânicas e o design das fases, tentando encaixá-las em algum gênero. A brincadeira aqui era resgatar quatro tesouros e salvar a Princesa Shokora. Afinal, estava lidando com o gênero plataforma, ação, puzzle ou aventura?
Aos poucos, a confusão deu lugar a um enorme apreço à sua originalidade. Cada uma das quatro regiões do game era única, não apenas visualmente, como também do ponto do de vista da jogabilidade, adicionando ideias e funcionalidades novas em cada estágio. Quando finalmente dominava as habilidades de Wario e solucionava os quebra-cabeças, o jogo me dava mais um problema para enfrentar, colocando um cronômetro na tela e fazendo com que retornasse ao início da fase o mais rápido possível.
Mas o verdadeiro desafio era vencer os chefes. Não bastassem serem difíceis, as batalhas tinham limite de tempo, o que provou ser meu maior inimigo. Quase destruí meu 3DS, jogando-o contra a parede, por causa de alguns momentos de frustração. Perdia sempre por causa de um mísero segundo... Em retrospecto, acho que os chefões eram assim de propósito.
Os desenvolvedores também queriam que a gente perdesse uns minutos nos minigames, conseguindo o máximo de medalhas e trocando por itens que facilitassem os embates principais. Poucas coisas eram mais viciantes que aqueles três joguinhos simples. Gratificante, depois de acumular bastantes medalhas, era comprar um Black Dragon e vencer aquele Boss apelão com poucos golpes.
Ao final de minha viagem, entendi que aquela era, realmente, a terra de Wario: exagerada, traiçoeira, imprevisível e repleta de bom humor.