SUPER PRINCESS PEACH
AGORA É A DONZELA QUEM SALVA O DIA!
Era questão de tempo para que a princesa, que deu tanto trabalho para a gente, ganhasse um jogo solo. O carinho ao rearranjar o Reino do Cogumelo e seus carismáticos inimigos a favor da personagem deixaram o clima fofo e simplista, sem acabar com a nossa satisfação de superar os desafios.
Durante toda a jornada me flagrei pensando: "Bem que poderiam colocar um caminho curto aqui, ou poderia existir uma plataforma ali para facilitar", para, no instante seguinte, me surpreender e exclamar: "Uau, os desenvolvedores pensaram nisso!".
A dificuldade do jogo é mais branda que os títulos dos irmãos Mario, mas encontrar os Toad perdidos, contando então com a força da sombrinha Perry, é uma tarefa e tanto. Eles nem sempre estão à vista, sendo que alguns estão escondidos de forma tão genial que a satisfação ao encontrá-los é única.
Justamente por isso é triste saber que Super Princess Peach passou despercebido pela maioria dos fãs dos encanadores, que aqui são os indefesos, principalmente porque tem personalidade de sobra ao mesmo tempo em que demonstra o domínio completo do gênero plataforma pela Nintendo.
A jogabilidade inovadora é a bipolaridade da garota, que chora segundos depois de demonstrar plena felicidade. Seu estado emocional varia por quatro sentimentos essenciais para resolver as missões, arquitetadas de forma brilhante em cima dessa mecânica.
O problema, no entanto, foi o momento em que foi lançado. Em 2006, os títulos exclusivos do Nintendo DS eram praticamente obrigados a esbanjar funcionalidades rasas e muitas vezes sem contexto, com a finalidade de justificar o título no hardware. Como ele não trouxe nenhuma grande inovação nesse quesito, recebeu críticas severas e acabou ignorado.
A decisão de design dos produtores ao enveredar por um visual "simples demais" foi muito corajosa. O estilo Pixel Art não era tão disseminado, e o falatório girou em torno do poder de processamento do portátil, que poderia fazer mais pelo visual.
É um jogo belíssimo, alegre e que fica marcado na memória. Se fosse lançado em outro momento, tinha tudo para ser um clássico instantâneo.