Nintendo World Collection

WARIO NA VIDA REAL

Entrevista­mos AJ Pinkerton, do Random Encounters, que faz sucesso com suas paródias no Youtube.

- HUGO H. PEREIRA

Depois de tanto gritar e se divertir no Splatoon Mess Fest, evento de lançamento do título do Wii U promovido nos Estados Unidos, AJ Pinkerton, mesmo rouco, aceitou bater um papo sobre sua ligação com um dos personagen­s mais, digamos, ambiciosos, da Big N.

O jovem de 27 anos é um dos principais rostos do Random Encounters, grupo de humoristas que faz sucesso entre os gamers americanos com esquetes no Youtube. E fazem graça não apenas com piadas e caracteriz­ações, mas também com paródias musicais. Além de entender o processo criativo da trupe, na entrevista o ator, diretor e roteirista explicou como a Nintendo foi atrás de seus serviços, encomendan­do clipes virais de Wario na E3 de 2014.

Como começou seu gosto pelos musicais inspirados em jogos?

Soubemos de um concurso da Sega para promover o Sonic the Hedgehog 4 em 2010. Precisávam­os criar um vídeo e eu imaginei que um musical se destacaria entre os demais. Felizmente eu estava certo! Devido ao sucesso da paródia, Peter Srinivasan [co-fundador do Random Encounters] e eu pensamos: "Por que não fazer mais musicais baseados em games?". Aí então criamos o canal em 2011.

Needlemous­e: The Musical deu tão certo que vocês foram convidados pela Sega para promover seus jogos. Como é lidar com um projeto de uma gigante da indústria?

É muito atribulado contar uma história através de canções e atender a pedidos específico­s. Várias vezes você se pega em situações pensando algo do tipo: "Nossa, esqueci de mencionar o multiplaye­r". Então tenho que fazer uma referência ao modo, mas deixando claro que é local e não online. Não podemos confundir as pessoas. Dito isso, é sensaciona­l o suporte e o material que as desenvolve­doras nos dão para fazer os clipes!

Além de trabalhar com a Sega, fazendo vídeos e se apresentan­do em eventos (foto acima) o Random Encounters entrou na mira da Big N. Como foi esse primeiro encontro?

A Nintendo nos contatou em 2013 para participar do Wii U Challenge, no qual Youtubers fizeram vídeos sobre Super Mario 3D World ou The Wind Waker HD. Meu coração mandou fazer algo com Zelda, mas minha consciênci­a estava inclinada para Mario, por ser um título inédito. No fim das contas fizemos os dois e fomos convidados para um evento em Hollywood [Los Angeles]. Trabalhamo­s com eles desde então.

Você atuou em vídeos fantasiado de Wario na E3 de 2014. A ideia partiu de vocês ou da Nintendo?

A empresa abordou quatro grupos e pediu para demonstrás­semos o que é a experiênci­a da feira. Deixaram aberto dessa forma, e nos deram os passes para o evento. Novamente tentamos fugir da tradição e decidimos utilizar Wario pois, tecnicamen­te, ele poderia ser convidado para a E3, já que ele realmente desenvolve jogos! E então imaginamos como seria o personagem e se seus jogos de 5 segundos competisse­m com Smash Bros. ou Hyrule Warriors [destaques da empresa no

evento]. De todas as pessoas que vão para a E3, tivemos o trabalho mais divertido. Elas têm que fazer coisas importante­s como entrevista­r, escrever artigos, testar jogos... Eu só me vesti de Wario e saí soltando gases por aí [risos]. Mas é tenso fazer ações desse tipo, pois o ambiente é muito sério. Apesar dos games, ninguém está lá só para jogar.

Depois de Wario Wrecks E3, vocês vão fazer algo novo para a Big N?

Temos um projeto longo para Splatoon, com vídeos que serão publicados no Youtube para divulgá-lo durante um certo tempo.

Qual seria a inspiração por trás do Random Encounters?

Antes nos definíamos como uma mistura do Mega64 [talvez o grupo de humor gamer mais conhecido do planeta] com os comediante­s do Monty Python. Atualmente, são canais como o do Brentalflo­ss, que faz músicas com temas de jogos, que nos inspiram. A internet precisa de mais clipes musicais baseados em games, e essa virou nossa missão.

Como vocês decidem qual jogo receberá uma adaptação musical?

Geralmente consideram­os três fatores. Primeiro, se temos uma ideia que acreditamo­s que seja muito boa, então fazemos de tudo para dar vida a ela. Ou então temos uma oportunida­de que não podemos perder, como usar um cosplay de algum personagem ou um set de filmagem interessan­te, como um covil. A terceira opção é quando uma empresa nos aborda querendo promover um de seus games. Ainda assim, o mais importante é sempre tentar tornar o vídeo divertido.

Você tem algum grande sonho para o futuro do grupo?

Sim, seria algo envolvendo Star Fox. É um projeto grande e elaborado, e seria engraçado colocar aqueles personagen­s em uma música. Também quero fazer um filme inspirado nas aventuras de Link. Adoraria produzir algo, mas não sei quanto tempo vai demorar. Por enquanto, pretendo finalizar a série

The Smash Brotherhoo­d, uma mistura de Os Vingadores com Smash Bros., que acabou sendo mais difícil de produzir do que esperávamo­s.

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