O Dia

Aprovado no Enem foi condenado pela juíza Patrícia Acioli

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Jefferson Cunha Pereira, o preso aprovado no Enem, cumpre pena na Penitenciá­ria Lemos de Brito, de segurança máxima do Complexo de Gericinó. Antes da prisão, era soldado da Polícia Militar, onde ingressou em 2005. Ironicamen­te, trabalhava no Tribunal de Justiça, à disposição do plantão judiciário.

Ele foi condenado em j unho de 2009 por homicídio, cometido em São Gonçalo. Foi sentenciad­o a 20 anos pela juíza Patrícia Acioli, magistrada assassinad­a, há cinco anos, por PMs corruptos, em Niterói, quando voltava para casa sem escolta.

Pereira se diz inocente e reclama da sentença. “Não matei. Testemunha­s foram coagidas e ameaçadas. Na hora do crime, eu estava em casa com minha companheir­a, do outro lado da cidade”, garante.

■Quando chegou à Lemos de Brito, em 2012, Pereira passou a dedicar-se aos estudos. “Para fugir da ociosidade, adquirir conhecimen­to e relembrar o que já havia aprendido e esquecido”. Ele cursou o Ensino Médio na Escola Estadual Mário Quintana, que funciona na penitenciá­ria. “Três horas na sala de aula, de segunda a sexta. Depois, voltava para a cela e estudava por conta própria”, conta Pereira, que também tomou gosto pela leitura. “Leio um pouco de tudo, desde livro didático a romances. O ultimo que li foi ‘Os Borgias’, de Mario Puzo ( italiano consagrado por suas obras sobre a máfia)”.

A Educação é o caminho para transforma­r o detento e o fracassado sistema penal, já que 70% dos presos voltam a cometer novos delitos quando retornam à sociedade livre.

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