PIPA, SIM! LINHA CHILENA, NÃO!
Queimados sai na frente no combate ao uso de cerol, problema que atinge toda a Baixada
Aventura, l i berdade, um estilo de vida, mas também um risco. Assim é a vida do motociclista. Segundo a Associação Brasileira de Motociclistas (ABRAM), cerca de 125 pessoas morrem anualmente por causa de linhas chilenas, 30 delas são pilotos de moto. Por causa disso, motoclubes de Queimados se uniram para propor uma lei que proíba o uso da fabricação, venda e uso deste material. O problema acontece em toda a Baixada Fluminense.
Há dois meses, desde a morte de Maria de Lourdes, 36, decapitada por linha chilena, na Linha Vermelha, os integrantes dos motoclubes Tarântulas, Só Dois Moto Família, Os Braços e Adoradores da Estrada começaram esta luta.
Acidentes com linhas de pipas já aconteceram no pró- prio grupo, com Telmo Lobato, 38, integrante do motoclube Os Braço. Ele teve o rosto quando descia uma ladeira. “Por sorte eu virei. A linha danificou meu capacete, a viseira e proteção da jugular, cor- tando meu nariz. A linha chilena é uma arma ”, alerta. Na região, carretéis de dez metros, o chamado ‘dezão’, são facilmente encontrados por R$10.
Já existe uma lei estadual, desde 1999, que proíbe o uso de pipas com linha cortante em áreas públicas e comuns. A multa é de até R$ 300. Mas o projeto de lei de Queimados é mais rigoroso: se for aprovada, quem c o mer - cializar ou fabricar, será multado em até 10 salários mínimos e o alvará da empresa ficará suspenso por 90 dias.
Em caso de reincidência, a multa é de 100 salários mínimos mais a cassação do alvará. O usuário também será multado em dois salários mínimos. “Redigimos o projeto de lei amparados por advogados e, amanhã, nós apresentaremos ao prefeito que encaminhará à Câmara de Vereadores”, informa o presidente da Comissão Cerol-Linha Chilena dos Motoclubes de Queimados, Alexandre Asa.