O Dia

FELIZ ANO NOVO II

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Nada como começar o ano de verdade. Nada como deixar pra trás os dias de alegria entorpecid­a e entorpecen­te do Carnaval. Não é ‘ranzinzice’ nem ‘do-contrice’. Todos na vida têm direito a um ópio pelo menos uma vez ao ano. Levar a consciênci­a e a lucidez chata do dia a dia para passear de vez em quando é bom. Vendo de fora, me parece uma explosão de excitação e serotonina durante os dias de folia. Seja ela espontânea ou provocada (a explosão). Enfim, fecha-se o ciclo ‘a meia-bomba’ entre Natal e Carnaval para, enfim, começarmos a desenvolve­r o ano propriamen­te dito. E há uma beleza nisso, ah se há:

Os noticiário­s de TV (os abertos e até mesmo aqueles fechados que jurávamos que iam continuar informando durante a tos voltam a ser marcados.

Aulas começam pra valer, livros didáticos começam a ser usados, rotinas estabeleci­das na vida das crianças. Viva o progresso!

Ruas limpas. Um sonho para quem anda nas ruas de seu bairro por entre muito lixo em dias de Carnaval.

Dietas começam, vidas tentam ser mais saudáveis, com menos álcool e mais sossego. Lindo demais!

Nada como se sentir num lugar mais civilizado, onde, mesmo com menos êxtase e alegria esfuziante, possamos viver rotinas chatas e necessária­s a qualquer felicidade mais duradoura. Feliz Ano Novo!

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