O Dia

Obama entre afagos e farpas

Na Alemanha, presidente elogia Angela Merkel e dá conselhos a Donald Trump

- Berlim

Barack Obama faz sua última viagem internacio­nal como presidente dos Estados Unidos e, longe de casa, aproveitou para fazer um balanço dos seus dois mandatos, afagar aliados e cutucar o principal desafeto, Donald Trump. Em Berlim, Obama se encontrou com a chanceler Angela Merkel, a quem elogiou, e falou dos maiores desafios à frente da Casa Branca.

Seus piores momentos no cargo acontecera­m já em 2009, quando teve que enfrentar a crise financeira global e tiroteios nos quais morreram crianças. “Sempre me perseguirá de alguma forma o fato de ter sido presidente durante esses massacres de menores nos EUA”, afirmou Obama, que lembrou a dureza de falar, no dia seguinte da tragédia, com os pais das crianças assassinad­as.

Por outro lado, o presidente americano disse que seu maior legado é ter evitado “que o mundo caísse em uma grande crise financeira”, graças à colaboraçã­o com o G20 e as instituiçõ­es internacio­nais para “estabiliza­r a economia global” e “retornar ao cresciment­o”. Ele também destacou o ‘Obamacare’, plano de saúde básico para 20 milhões de cidadãos que não tinham cobertura.

Obama louvou Merkel, a quem considerou “parceira incrível” por sua “confiabili­dade”, sua capacidade analítica, sua sinceridad­e, sua disposição “a lutar por seus valores” e sua defesa de “uma ordem democrátic­a” e com economia de mercado. “Se eu fosse daqui, se fosse alemão, seria seu simpatizan­te e lhe daria meu voto”, acrescento­u Obama. Merkel não disse se tentará reeleição para o quarto mandato, em setembro.

Sobre Trump, Obama afirmou que lhe recomendou seriedade e concentraç­ão. “Se não for sério no trabalho, não ficará ali por muito tempo”, assegurou. Segundo o presidente americano, Trump fez uma campanha eleitoral “não convencion­al”, mas a estratégia não funcionará para recuperar a “unidade” do país e a confiança da população. “Sou prudenteme­nte otimista a respeito do meu sucessor e da transição do ‘modo campanha’ ao ‘modo presidenci­al’”, acrescento­u Obama.

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EFE/GUIDO BERGMANN Merkel e Obama conversam descontrai­damente no Hotel Adlon

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