O Dia

Alerj dá sinal verde para aumento da alíquota previdenci­ária dos servidores estaduais

Projeto que eleva contribuiç­ão previdenci­ária de 11% para 14% é aprovado por comissões da Alerj

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Foi inevitável. A prisão do ex-governador Sérgio Cabral e o desgaste do PMDB basearam discursos críticos de parlamenta­res sobre o pacote de austeridad­e do governo ontem na Assembleia Legislativ­a. O cenário foi um raio-x da dificuldad­e que o governo enfrentará para aprovar as medidas em dezembro. Apesar disso, o projeto mais polêmico — que aumenta a alíquota previdenci­ária do funcionali­smo de 11% para 14% — teve sinal verde ao ser aprovado nas comissões. O texto recebeu 106 emendas.

Sem contar que o procurador-geral do Ministério Público do Rio, Marfan Vieira, entregou documento ao Legislativ­o apontando inconstitu­cionalidad­e em 17 das 21 propostas de ajuste fiscal, entre elas a que aumenta a contribuiç­ão previdenci­ária.

A denúncia de “inconstitu­cionalidad­e” do PL, inclusive, foi usada por vários deputados. Para Luiz Paulo (PSDB), que votou contra a tramitação do texto na Comissão de Orçamento, a proposta configura “confisco de salário”: “É inconstitu­cional na forma e imprestáve­l no mérito”, disse. “Se quer aumentar alíquota tem que fazer simulação atuarial do que isso representa, e não há uma linha disso (no projeto)”, argumentou.

Líder do governo na Alerj, Edson Albertassi (PMDB) reafirmou o que a equipe econômica do governador Luiz Fernando Pezão vem sustentand­o: sem a implementa­ção do pacote não haverá recursos para pagar pessoal no ano que vem.

“O momento é grave e decisivo para servidores. Se nada for votado, a tendência é que em 2017 não tenhamos condições de pagar o custeio da máquina e servidores. O Executivo hoje tem muitas dificuldad­es e não há expectativ­a de receitas novas”, disse ele, acrescenta­ndo que outras medidas que Pezão tenta garantir junto à União vão demorar.

Ele disse acreditar que a prisão de Cabral não influencia­rá na votação. “São questões distintas. Não tem a ver com a gestão do Pezão”, avaliou. O presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), fez coro: “Não vai influencia­r. Decisão da Justiça se cumpre e ele (Cabral) terá ampla defesa. A questão do Parlamento não tem nada ver com isso (a prisão)”.

Líder do Psol na Casa, Marcelo Freixo atacou a taxação de servidores: “Essa crise que o estado vive é de receita e o servidor não é a razão. É evidente que o que aconteceu hoje (prisão de Cabral) tem relação com a crise e mostra a péssima gestão do PMDB no Rio. O endividame­nto e o que fizeram com o fundo previdenci­ário são problemas de gestão”.

Deputados do PDT, que compõem a 2ª maior bancada, decidiram que votarão contra o projeto da alíquota. Disseram que vão propor destinação maior do Duda do Detran para aumentar a arrecadaçã­o, elevando percentual para 10%. Farão emenda em outro projeto sobre o tema.

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DIVULGAÇÃO/THIAGO LONTRA Proposta de aumento de contribuiç­ão previdenci­ária de servidores, de 11% para 14%, avançou na Alerj, com pareceres favoráveis das comissões

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