O Dia

MANIFESTAN­TE IRONIZA A MORTE DE TORCEDOR NO ENGENHÃO

Diálogos foram copiados pelo Serviço Reservado da PM e obtidos pelo DIA

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Mensagens obtidas pelo DIA em grupos de conversas de pessoas que participam dos protestos nas portas dos batalhões mostram que a morte do torcedor Diego Silva dos Santos, de 28 anos, foi ironizada pelos participan­tes, entre eles, policiais militares. Em um diálogo, um integrante avisa ao grupo no domingo: “Torcedor baleado e porrada comendo”. Uma mulher, responde: “Hj vai dar ruim” (sic). Em resposta, uma integrante diz: “Vai dar bom, né? Enquanto a bandidagem não for para a rua, esses governante­s não vão tomar jeito”.

Um suposto policial militar retruca, em uma sequência de mensagens, fazendo alusão aos superherói­s da Marvel: “Que lindooo. Manda eles (torcedores) chamarem os Vingadores” (sic).

As mensagens foram copiadas pelo Serviço Reservado da Polícia Militar, que tenta identifica­r as pessoas que incentivam uma suposta greve da corporação.

Em outro grupo, que debatia a possível saída de um acampament­o na porta do 6ºBPM (Tijuca), um homem que se diz policial fala a respeito das consequênc­ias do ato a longo prazo. “Não vamos desanimar. Apesar dos contratemp­os, não tem policiamen­to nas ruas. Para virar um caos é só uma questão de tempo. Basta acontecer uma vez que vai desencadea­r várias outras”, escreveu.

No grupo do batalhão do Leblon, um suposto PM relata que há poucas mulheres na porta da unidade. E pede reforço de manifestan­tes. Se oferece, até mesmo, para ‘pagar um Uber’ para quem quiser ir, afirmando já ter feito isso. “Tem que vir para o 23 (Bata lhã do Leblon). Eles (policiais) saem pq não tem gente. Posso pegar (buscar) algumas se preciso. Não tem problema. Já até pagamos Uber” (sic), diz.

Ao contrário do Espírito Santo, o movimento no Rio não teve apoio dos oficiais da corporação. “O caos que poderia ser gerado não justifica o pagamento do salário”, afirmou um major do batalhão de Olaria.

Alguns policiais tentam burlar o serviço deixando as fardas dentro de unidades, segundo oficiais. Desde sábado, um grupo de agentes das Unidades de Polícia Pacificado­ra da região da Tijuca trabalham sem fardas, somente com os coletes e fuzis. Eles deixaram as fardas nos armários do batalhão e dizem que não conseguira­m ter acesso ao uniforme por conta do bloqueio. Foram autorizado­s, então, a trabalhar à paisana. Oito policiais que se recusaram na UPP Turano a trabalhar sem o fardamento foram ouvidos pela Corregedor­ia.

Ontem, um grupo de manifestan­tes foi recebido pelo procurador-geral da República, Eduardo Gussen, para falar sobre as reivindica­ções, como o 13º salário e o pagamento de metas, por exemplo.

No batalhão da Tijuca, as mulheres retiraram o acampament­o, alegando cansaço. Antes, chegaram a aceitar a saída de viaturas proposta pelo comando. Em algumas unidades, é possível notar o apoio logístico que as manifestan­tes tiveram, como banheiros químicos. No 9º BPM (Rocha Miranda), ontem foi até colocada uma piscina inflável.

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Mensagem publicada em grupo de WhatsApp de apoiadores do protesto dos PMs afirma sobre a morte do torcedor: ‘Que Lindoooo’
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