O Dia

Forças Armadas começam hoje a patrulhar o Rio

Atuação das tropas federais no Rio foi determinad­a por Temer, a pedido de Pezão

- BRUNA FANTTI bruna.fantti@odia.com.br JONATHAN FERREIRA jonathan.ferreira@odia.com.br

Pedido feito pelo governador Pezão foi aceito pelop residente Michel Temer, e tropas federais ficarão no estado até depois do Carnaval. Ajuda chega no momento em que movimento de mulheres de P Ms impede que vários soldados e viaturas saiam dos batalhõesp aradar segurançaà­po pulação—no protesto, uma piscina foi colocada à frente da unidade de Rocha Miranda (fotos abaixo). Policiamen­to aquém do necessário teria facilitado o assassinat­o a tiros de Diego Santos (foto ao lado), domingo, no Engenhão.

As Forças Armadas começam hoje a atuar nas ruas da Região Metropolit­ana do Rio. O Exército deve ocupar inicialmen­te pontos considerad­os estratégic­os, como Avenida Brasil e as Linhas Vermelha e Amarela. A atuação dos militares no estado, depois de quatro dias de manifestaç­ões de familiares de PMs que tentam impedira saída dos policiais dos batalhões, foi determinad­a pelo presidente Michel Temer, por meio de instrument­o chamado ‘Garantia de Lei e Ordem (GLO)’, apedido do governador Luiz Fernando Pezão.

No domingo, a dificuldad­e de deslocamen­to de policiais militares para o Engenhão foi apontada como um dos fatores que contribuír­am para os confrontos entre torcidas, que terminaram com um morto e sete feridos. Pezão, no entanto, negou que o pedido tenha relação com os protestos defa miliares de P Ms nas portas de unidades. “A gente já tinha feito o pedido há 21 dias. Ainda não tínhamos estipulado o prazo. A Força de Segurança Nacional já está no Rio de Janeiro há três semanas. Agente quer reforçarca­da vez mais o policiamen­to ”, afirmou o governador­ontem, após reunião com Temer, em Brasília.

Segundo Pezão, militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutic­a devem ficar nas ruas do Rio até pelo menos o fim do Carnaval. O plano mais detalhado de como será a atuação das Forças Armadas será divulgado hoje. No Rio, a última GLO foi decretada na Rio 2016. Também já houve a mesma ação na Copa do Mundo, em 2014; na Rio +20, em 2012; e na Jornada Mundial da Juventude, em 2013. No Espírito Santo, onde a paralisaçã­o de PMs teve grande adesão, as Forças Armadas também atuaram no patrulhame­nto das ruas por meio de GLO.

PROTESTOS

Ontem, manifestan­tes reclamaram da truculênci­a por parte de policiais em algumas unidades. Em um vídeo que circulou em grupos de WhatsApp, imagens mostram pelo menos cinco mulheres que realizavam um bloqueio na porta do batalhão de São Cristóvão sendo seguradas por oficiais para a tropa poder passar. Na unidade de Bangu, uma manifestan­te foi detida.

Para o sociólogo da Uerj e especialis­ta em segurança pública Ignácio Cano, há meios de furar o bloqueio das manifestan­tes. “Os policiais do Batalhão de Choque são treinados para atuar nesse tipo de situação. As mulheres ainda não foram retiradas do local porque estão defendendo os próprios policiais. Se fossem de outra categoria e estivessem bloqueando alguma via pública, já teriam sido removidas”, opinou.

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ONOFRE VERAS/AGÊNCIA O DIA Pequenos grupos de manifestan­tes fecham entradas de algumas unidades da PM desde sexta-feira. Ontem, algumas mulheres estavam no portão principal do Batalhão de Choque

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