O Dia

AS MELHORES TERAPIAS CONTRA DOR DE CABEÇA

Depois de 30 anos de estudo, especialis­tas apontam quais são os tratamento­s mais eficazes contra o mal que atormenta pelo menos 1,2 milhão de cariocas.

- FRANCISCO EDSON ALVES falves@odia.com.br

Mal que atinge 5 milhões de brasileiro­s, a chamada cefaleia crônica diária, nome científico da dor de cabeça, vem sendo objeto de estudos há 30 anos. Enquanto médicos e cientistas ativam os neurônios para descobrir causas e soluções para o problema, milhares de pessoas apelam para terapias contra os mais de 200 tipos de dores no crânio já catalogado­s pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), estima-se que 1,2 milhão de cariocas, o equivalent­e a 15 Maracanãs lotados, sofram de enxaqueca ou cefaléia migrânea, uma doença dos nervos e vasos sanguíneos do cérebro, que tornase crônica por causa dos repetidos episódios de dor. Às vezes, 24 horas por dia.

Mas quais as terapias que apresentam resultados mais eficazes? Segundo especialis­tas, os tratamento­s medicament­osos e não medicament­osos têm tido a mesma faixa de resposta terapêutic­a. Cerca de 50% propiciam a redução das dores, mas em apenas 50% dos pacientes acometidos de fortes ataques.

O presidente da SBCe, Mauro Jurno, frisa que o Brasil, onde 15% dos habitantes sofrem com enxaqueca em sua fase mais produtiva, entre 30 e 50 anos, é também o país com o maior número de casos de cefaleia crônica diária, e que o ‘volume assombroso de sofredores’ desencadei­a outras preocupaçõ­es médicas. Em alguns casos, as vítimas de crises diárias buscam, desesperad­amente, curas milagrosas, apelando para simpatias, mitos, hipnoses, acumputura e outras iniciativa­s, muitas vezes sugeridas pelo público leigo. E acabam aumentando o sofrimento. Mais grave ainda: boa parte dos pacientes se enche de analgésico­s, atacando severament­e o fígado.

R$ 2 BILHÕES POR MÊS

Dados da OMS indicam que, enquanto os brasileiro­s gastam mais eR $2 bilhões em analgésico­s mensalment­e, apenas 1% da população alemã apela para essa opção, quen ã opas sade 4% naSu iça.

Entre as novidades, o uso da Toxina Botulínica é o que há de mais recente. A substância é uma das mais potentes toxinas bacteriana­s conhecidas, produto da fermentaçã­o da Clostridiu­m Botulinum, que causa o quadro clínico de botulismo. Na forma inativada, possui ação terapêutic­a no tratamento de inúmeras síndromes dolorosas, incluindo enxaqueca e cefaleia comum. “Essa nova opção, porém, só vem sendo usada, com cuidado, em alguns casos selecionad­os”, pondera Jurno, lembrando que novidades sobre o assunto são sempre atualizada­s no site www.sbce.med.br.

A estudante de enfermagem Angela Almeida Alves, de 35 anos, conta que tem dor intensa e latejante do lado direito da cabeça, sem causa aparente, quase que diariament­e, desde os dez anos. “Pelo menos duas vezes por mês, vou parar no hospital para tomar injeção de anagésico na veia, a única coisa que alivia a dor, que não me deixa abrir sequer os olhos”, relata Angela.

A corretora de imóveis Hildimila Bruno, 45, diz que nove dias do mês são ‘jogados fora’ por conta das intensas crises. “As dores mais fortes duram três dias seguidos. Tenho isso três vezes ao mês. Nesse período, meu humor muda e fico a maior parte do tempo isolada, em quarto escuro”, descreve a corretora, que evita bebida alcoólica, queijo, café e chocolate.

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