O Dia

Ódio religioso-carnavales­co

- Siro Darlan Desembarga­dor do TJ e membro da Associação Juízes para a Democracia

Imagino o meu pastor Dom Orani, eleito prefeito da Cidade Maravilhos­a e tendo queca ir nosambap orque ocargode edild acidade onde osambaéam ais importante ferramenta cultural o obriga a entregaras chaves do município ao Rei Momo. É claro que todos desejaram que o prefeito estivesse presente na abertura do ano letivo ministrand­o pessoalmen­te a primeira aula, mas, não sendo possível, seu secretário de Educação o representa­rá. Seria um sonho se o prefeito, sendo ele um engenheiro, estivesse presente no lançamento da pedra fundamenta­l de todas as obras realizadas na cidade, mas também pode ser representa­do por seu secretário de Obras.

Ora, só uma grande do sede intolerânc­ia seria capaz de cobrar do prefeito Marcelo Crivella que ele contrarias­se seus conceitos religiosos para se fazer presente na maior festa popular do Rio de Janeiro. Ganhei dois cobiçados convites para o Setor 1 do Sambódromo. Oferecia o portei rode meu condomínio, que gentilment­e declinou do presente, afirmando que não iria porqueé evangélico. Cumpri o meu papel de ser generoso, e ele, o porteiro, fiel à sua crença, educadamen­te recusou. Te nhoque respeitar seus valores.

É verdade que o Carnava léo carro-chefe de nossa cultura. O momento mais democrátic­o de nossa convivênci­a social, já que os pobres se fazem reis e rainhas, e neste carnaval muitos santos e santas, para que aqueles que podem pagar assistam e batam palmas para essa ópera popular de sonhos. É importante reconhecer que o elevado número de turistas movimenta a economia da cidade, tão necessitad­a nesta época de crise.

Mas daí a exigir e criticar o prefeito porque, coerente com sua fé, tudo fez, através de seus assessores e secretário­s, para que a festa fosse o sucesso que foi, coma ressalvado­s acidentes ocorridos que não dependiam da administra­ção municipal para se evitar. O Carnaval foi lindo e um sucesso de público e de democracia, com blocos tomando conta de todos os cantos da Cidade Maravilhos­a. A coerência do prefeito co ms uafé em nada atrapalhou o brilho do Carnaval. Tivesse ele atitudes fundamenta­listas que fizessem com que seus dogmas religiosos influencia­ssem na realização da festa, aí seria outra história, mas isso não aconteceu. Ao contrário, muito bem representa­do por sua secretária de Cultura, Nilcemar Nogueira, e do presidente da Riotur, Marcelo Alves, a Cidade Maravilhos­a realizou a maior festa popular do planeta.

A vitória do Oscar por filmes que combatem o preconceit­o e a discrimina­ção e a realização de um Carnaval sacro e profano demonstram que estamos prontos para essa reflexão social e coletiva na busca de uma sociedade mais justa e mais democrátic­a. Mas há aqueles que apreciam a demagogia dos exibicioni­stas que fingem varrer as ruas ou beijam as bandeiras das agremiaçõe­s, enquanto “a nossa pátria mãe tão distraída, dorme, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”.

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