Governo ameaça aliados que sejam contrários à PEC
Passado o recesso do Carnaval, o governo abriu uma forte ofensiva para ver aprovada na Câmara a Reforma da Previdência com o mínimo de mudanças no projeto original. Esse esforço, iniciado oficialmente ontem, inclui ameaça de retirada de cargos dos parlamentares da base que votarem contra a medida, campanha nas redes sociais feita pelo PMDB afirmando que programas sociais, como o Bolsa Família, acabarão sem a aprovação da reforma, e o corpo a corpo que será retomado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no Congresso. Interlocutores do Palácio do Planalto dizem que os parlamentares da base precisarão comprovar se realmente estão com o governo. “Não vai ter brincadeira. O compromisso assumido com o governo é permanente. Ou está comigo ou não está”, resumiu um aliado de primeira hora do presidente Michel Temer.
A primeira ação do governo deverá ser mapear os deputados da base críticos à PEC na comissão e substituí-los. O governo já está atento aos discursos dos parlamentares e a primeira missão do novo líder, Aguinaldo Ribeiro, será cobrar dos partidos aliados a troca dos “rebeldes”. Todos que tiverem cargos no governo e não seguirem a orientação estarão sujeitos a perder o posto.
O discurso oficial é que a Reforma da Previdência pode ser aprovada na comissão especial até o final deste mês, o que a tornaria apta para votação em plenário a partir de abril. Os aliados do governo trabalham com um prazo de aprovação em dois turnos na Câmara, entre 15 de abril e 10 de maio. Se tiver mais de 308 votos, a matéria seguirá para o Senado.