O Dia

Crimes ambientais como causas

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>José Cerbino Neto, vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectolog­ia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), revela que a tendência é que a vacinação contra a febre amarela passe a fazer parte do calendário básico anual, como já ocorre em áreas de risco em outros estados. Cerbino lembra que desde a década de 1990 a febre amarela passou a migrar em direção ao litoral brasileiro. As causas ainda dependem de estudos, mas ele acredita que o desmatamen­to e o cresciment­o desordenad­o, sejam duas hipóteses para o fenômeno. Ele evita falar em surto ou epidemia. “Há, sim, um aumento consideráv­el de casos”, admite. Na quinta-feira, o Ministério da Saúde divulgou um balanço desde dezembro: 424 casos de febre amarela no país, com 137 mortes em 80 municípios — 49 deles em Minas Gerais.

“Incompetên­cia e falta de gestão em nível nacional” são apontadas por Jairo Martins, presidente da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), como causas para o ressurgime­nto da febre amarela. “Desde 2014 mortes inexplicad­as de macacos vinham ocorrendo e o governo federal nada fez. Só atuam para apagar incêndios”, diz Maierovitc­h, que vê ligação também das notificaçõ­es e mortes com o desastre ambiental da Samarco em Minas Gerais, em 2015, que teria provocado grave desequilíb­rio ambiental.

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