GOLPE NO ELEITOR
Com apoio do presidente do TSE e de Temer, elite do Congresso se articula para cassar direito do eleitor escolher candidato
Uma reunião na quartafeira, no Palácio do Planalto, uniu três Poderes da República em torno de uma proposta que pode resolver dois problemas da elite política de uma só vez: reduzir a previsível renovação do Congresso no ano que vem, quando os eleitores vão às urnas para votar em deputados e senadores — além de presidente e governadores —, e evitar que muitos, entre os cerca de 100 parlamentares que podem se tornar réus na Lava Jato, percam o foro privilegiado e tenham seus processos enviados para a primeira instância, sob os cuidados de juízes como Sérgio Moro.
A proposta retirada da cartola é a do chamado 'voto em lista fechada'. Funciona assim: atualmente, o eleitor escolhe em que candidato quer votar, dentro das listas de candidatos apresentadas pelos partidos. A proposta que está em discussão e tem a aprovação dos presidentes da Câmara, do Senado e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassa o direito do eleitor escolher em quem votar. Ele escolherá apenas o partido. Ficará para as direções partidárias definir, por antecedência, a ordem dos candidatos na lista. “Era o que faltava! Os mesmos políticos ficarão lá”, diz o vendedor Francisco Gaspar, de 69 anos, que ameaça anular o voto se a proposta vingar.
A lista fechada é adotada em alguns países e tem a virtude de fortalecer os partidos, o que, dentro de um quadro de normalidade democrática, é positivo. Porém, no momento em que a ‘lista de Janot’ está prestes a ser divulgada, trazer a proposta à tona causou estranheza. O próprio Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, votou contra um projeto nesse sentido em 2015.
“É uma proposta que favorece a continuidade de quem domina as máquinas partidárias”, diz o cientista político Malco Camargos, da PUCMG. “No momento, a ideia da proposta, claro, é garantir o foro privilegiado para os atuais deputados”.
“Minha prima é funcionária pública, não recebe há meses. E vão gastar mais com verba de campanha? Por que não com o povo? Fernanda Carla, atendente “Os partidos grandesirão sempreganhar maisqueos menoreseosmais novos continuarão pequenos.Ou sejamtudoigual Gisele Vargas, assistente