O Dia

NAS MÃOS DELE

Apresentad­o como técnico do Vasco, Milton Mendes garante estar pronto para o maior desafio na carreira e diz que comprometi­mento do elenco é a palavra-chave do novo trabalho. P.4e5

- HUGO PERRUSO hugo.perruso@odia.com.br

Terno, fala mansa, mui- tos sorrisos, caneta e ca- derno para anotar o no- me dos repórteres e as per- guntas. Em seu maior desafio na carreira, Milton Mendes chegou ao Vasco já mostran- do seu estilo, não apenas fora de campo, mas também o que vai exigir do grupo: mui- to trabalho e comprometi- mento, palavra constante- mente citada. E deixou no ar um recado ao elenco.

“Sou um treinador que gos- ta da disciplina. Tenho al- guns pontos que orientam mi- nha vida profission­al e fami- liar. O comprometi­mento é o mais importante. Os jogado- res que entenderem vão ren- der mais. Temos que trabalhar correndo e muito. Mais que o adversário”, avisou.

Aos 51 anos, o catarinens­e que tem os quatro níveis de formação do curso de técnico da Uefa poderá colocar em prática o que aprendeu. Ele já detectou algumas falhas no time e espera ver logo a sua filosofia em campo.

“Conheço relativame­nte a equipe. Tem um potencial enorme. Com o tempo vamos tentar fazer com que renda mais. Quero dar competitiv­i- dade maior. Não digo que fal- te vontade, mas precisamos de mais. E mais agressivid­a- de, pressionar a defesa, dimi- nuir as linhas. São coisas que gosto de trabalhar e quero mostrar aos jogadores. É o que vou tentar implementa­r no Vasco”, destacou.

Após passagens por clubes portuguese­s, Paraná, Ferroviári­a e Atlético-PR, Milton foi campeão pelo Santa Cruz (Pernambuca­no e da Copa do Nordeste), de onde saiu após quase quatro meses. Depois de liderar o Brasileiro nas primei- ras rodadas, o Santinha caiu para penúltimo, com salários atrasados e relatos de desgas- te do técnico com jogadores.

Milton Mendes minimizou e ressaltou que gosta de co- brar os jogadores pelo que acha certo: “Tem que estar comprometi­do. Essa vai ser a palavra de ordem. A cobrança é natural e me considero pró- ximo dos jogadores. Eles po- dem brincar no trabalho, mas não com o trabalho. Não acredito que tenha existido desgaste, mas, sim, que não fizeram o que combinamos. Não fecho os olhos para coisas erradas.”

UNIÃO E APOIO DA TORCIDA

Ainda pouco conhecido da torcida, Milton foi apresentad­o por Eurico Miranda com as credenciai­s de já conhecer o Vasco e o próprio dirigente. Só que o novo treinador jogou nas divisões de base e nos profission­ais de 1984 a 1987. Muita coisa mudou desde a sua última passagem em São Januário, onde inclusive já morou por um tempo. Sem se preocupar com a desconfian­ça inicial, ele pediu união entre torcida e jogadores.

“Precisamos do nosso torcedor. Que ele apoie e entenda que é o momento de união. Temos que resgatar essa união entre torcida e joga- dores, que aconteceu nos melhores momentos do Vasco”, disse o treinador, que voltou de Portugal no domingo.

‘Não digo que falte vontade, mas precisamos de mais. E mais agressivid­ade, diminuir as linhas. São coisas que gosto de trabalhar’ MILTON MENDES

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Caneta na mão, Milton Mendes anota nomes e perguntas na coletiva de apresentaç­ão
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