Cariocas não param de comprar carnes
Mesmo com polêmica em torno dos frigoríficos, consumidor mantém hábito de comer o produto no Rio
Apesar da polêmica operação Carne Fraca da Polícia Federal (PF), que investiga esquema de venda ilegal de carnes bovinas impróprias para consumo na sexta-feira em 21 frigoríficos, os cariocas não deixaram de comprar o produto nos últimos dias. O DIA percorreu açougues na Zona Norte do Rio e constatou que vários consumidores mantiveram o hábito de ter o produto na mesa.
Independentemente da operação da PF, os clientes afirmaram que não vão abrir mão de levar para casa carne de frango, bovina e suína. De acordo com donos de açougues, a frequência de clientes permaneceu normal nos últimos dias. A aposentada Naise Guimarães Guedes, 83 anos, que mora na Tijuca, contou que a ação da PF não preocupa até que irregularidades sejam comprovadas.
“Eu não vejo outra saída, até que alguém prove alguma coisa, vou continuar comendo. Sempre compro no mesmo açougue e confio, pois eles são limpos e a carne é fresca”, afirmou.
A analista de risco financeiro Andreza Silva, 39 anos, disse que não está insegura por conhecer o açougue onde faz a compra.
“Não vou deixar de comer porque o local onde vou é super limpo e não levo nenhuma carne embalada. Eu tento ter higiene dentro do que posso, mas é o consumo que vou parar de fazer”.
O dono de um açougue na Tijuca, que preferiu não se identificar, disse que o movimento não mudou nos últimos dias. “Por enquanto, a frequência está normal. No fim do mês, a gente sempre percebe uma baixa nas vendas, mas isso de uns tempos para cá já acontece. Acho que quem vem até aqui, sabe que trabalhamos com carne fresca”, explica.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse ontem que as exportações diminuíram de US$ 63 milhões na média diária para US$ 47 mil na terça-feira. A África do Sul foi mais um país a anunciar a suspensão da importação de carne brasileira ontem.