Marcos Valério delata o ‘mensalão mineiro’
Publicitárioteminformaçõessobreumasériede‘esquemas’eassinouacordocomaPF
Opublicitário Marcos Valério fechou o acordo de delação premiada que vinha negociando desde o fim do ano passado. Segundo o juiz Wagner de Oliveira Cavalieri, de Contagem (MG), o empresário que ganhou fama com o escândalo do mensalão é “possuidor de inúmeras informações de interesse da Justiça e da sociedade brasileiras”.
A negociação foi comandada pela Polícia Federal, em Minas Gerais. Para ter validade, o acordo terá que ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os termos negociados estão sob sigilo, por envolver pessoas com foro privilegiado.
Valério deve contar o que sabe sobre o ‘mensalão mineiro’, que ele ajudou a montar e foi o embrião do mensalão petista. Entre os políticos que deverão ser implicados estão os ex-governadores de Minas Gerais Eduardo Azeredo e Aécio Neves, ambos do PSDB.
Em junho de 2016, os advogados apresentaram ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) uma proposta de colaboração para revelar informações sobre o caso, no qual é um dos réus. Valério também teria oferecido informações a respeito do chamado ‘escândalo de Furnas’, sobre distribuição de dinheiro desviado dessa empresa para políticos.
Azeredo foi condenado em primeira instância a pena de 20 anos e 10 meses por conta do caso do ’mensalão mineiro’ e aguarda o julgamento do recurso em liberdade.
Marcos Valério cumpre pena de 37 anos pelos crimes julgados no mensalão. Na segunda-feira, o publicitário conseguiu transferência para a Associação de Proteção e Assistências ao Condenado (Apac), de Sete Lagoas (MG), uma das suas reivindicações para assinar o acordo de delação. A Apac é uma prisão mais branda do que aquela na qual ele vinha cumprindo a pena. O publicitário também quer a redução de seu tempo de prisão.