O Dia

Justiça nega o habeas corpus para Rafael Braga

Decisão sobre ex-morador de rua preso com pequena quantidade de drogas levanta, nas redes sociais, comparaçõe­s com caso do filho da desembarga­dora

- JONATHAN FERREIRA jonathan.ferreira@odia.com.br Colaborou o estagiário Matheus Santana

O catador de latinhas foi preso portando alguns gramas de maconha e cocaína, segundo PMs. Alegação da defesa, de que as provas foram forjadas, não impediu a derrota no TJ por 2 votos contra 1. Decisão teve grande repercussã­o nas redes sociais. Muitos lembraram o caso do filho de desembarga­dora de Mato Grosso do Sul, que saiu da cadeia e foi para uma clínica.

APrimeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio negou o pedido de habeas corpus e manteve a prisão do ex-morador de rua e catador de latinhas Rafael Braga. Em decisão proferida ontem, os desembarga­dores decidiram, por 2 votos 1, que o réu continuari­a cumprindo pena no Complexo Penitenciá­rio de Gericinó, onde está preso desde janeiro de 2016.

Na ocasião, ele foi preso em flagrante por dois policiais militares, no Complexo da Penha, onde morava com a família. Segundo a acusação, Rafael foi capturado na Vila Cruzeiro com seis decigramas de maconha e nove gramas e três decigramas de cocaína. Rafael foi condenado, em abril deste ano, a 11 anos e três meses de reclusão, em regime inicialmen­te fechado, por associação para o tráfico e tráfico de drogas. Rafael ficou conhecido ao ser preso e condenado a cinco anos, acusado de portar dois frascos de plástico com produto inflamável em um dos protestos de rua de 2013.

A defesa, que vai recorrer da condenação deste ano,alega que as provas foram forjadas e que os depoimento­s dos policiais são contraditó­rios.

A medida também foi contestada nas redes sociais por internauta­s que criticaram a decisão dos magistrado­s e citaram o exemplo do filho de uma desembarga­dora do Mato Grosso do Sul, que foi preso em flagrante com 130 quilos de maconha, uma pistola, 100 munições de fuzil calibre 762, de uso restrito das Forças Armadas. O empresário Breno Fernando Solon Borges, filho da desembarga­dora Tânia Garcia Freitas Borges, ficou pouco mais de três meses preso e conseguiu o direito, em 17 de julho, de aguardar o julgamento em uma clínica, sob a alegação de que sofre de doença psiquiátri­ca e que não seria responsáve­l por seus atos. O Conselho Nacional de Justiça vai investigar a conduta do juiz que concedeu o benefício.

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REPRODUÇÃO Rafael ficou conhecido após ser condenado durante protestos de 2013

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