Governo vai privatizar Casa da Moeda
Leilão deve ocorrer no final de 2018
Plano anunciado inclui 57 empresas. Ideia é que a instituição responsável por confeccionar cédulas, passaportes e diplomas passe para o controle da iniciativa privada no fim de 2018.
O governo de Michel Temer vai privatizar a Casa da Moeda, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda e que confecciona as notas de real, além de passaportes, selos postais e diplomas. A expectativa é de que o edital seja publicado no terceiro trimestre do ano que vem e que o leilão ocorra no final de 2018.
O plano faz parte do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), que discute, dentro do governo Temer, as concessões e privatizações de 57 empresas. Nessa lista estão 14 aeroportos, onze blocos de linhas de transmissão de energia elétrica, 15 terminais portuários, rodovias, empresas públicas.
Um dos argumentos do governo, defendido pelo secretário-geral da Presidência, ministro Moreira Franco, é que há prejuízos crescentes na estatal ao mesmo tempo em que, diante do avanço tecnológico, brasileiros usam cada vez menos cédulas e moedas. O que é contestado pelo Sindicato Nacional dos Moedeiros, que representa os 3 mil trabalhadores da empresa pública. “Nos últimos 8 anos, a Casa da Moeda repassou ao governo federal, a título de dividendos, aproximadamente R$ 1,5 bilhão de lucro líquido”, rebate Roni da Silva Oliveira, vice-presidente do sindicato.
“A Casa da Moeda tem equipamentos ultramodernos, produzimos as cédulas mais seguras do mundo. Tanto é que produzimos dinheiro de diversos países, como Argentina, Paraguai e Venezuela”, diz Oliveira. “Vender a Casa da Moeda do Brasil é simplesmente renegar o patrimônio histórico e abrir mão da segurança nacional, entregando a terceiros a responsabilidade de fabricar cédulas nacionais e demais serviços de segurança”, alerta o sindicalista, que vê com desconfiança a entrega de fabricação de dinheiro em circulação para a iniciativa privada.