Uber afasta motorista acusado de ter estuprado escritora e roteirista Clara Averbuck
Escritora acusa motorista de ter se aproveitado de sua embriaguez e explica por que não foi à polícia
Aescritora Clara Averbuck denunciou um motorista da Uber por tê-la estuprado dentro do carro em que os dois estavam, domingo. Ontem, no Facebook, ela fez uma publicação no Facebook detalhando o ocorrido. “O nojento do motorista do Uber aproveitou meu estado, minha saia e minha calcinha pequena e enfiou um dedo imundo em mim, ainda pagando de que estava ajudando ‘a bêbada’. Estou machucada, mas estou em casa e medicada pra me acalmar”, escreveu Clara, que no fim da noite lançou a campanha “#meumotoristaabusador”.
A Uber informou que o motorista foi banido. “A Uber repudia qualquer tipo de violência contra mulheres. O motorista parceiro foi banido, e estamos à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. Acreditamos na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência contra a mulher”, escreveu a companhia.
À revista ‘Claudia’, Clara detalhou o incidente e comentou a repercussão de sua decisão de ainda não ter levado o caso à polícia. “Não fui fazer corpo de delito. Não fui mesmo. Quem vive na fantasia de que ‘é só ir à Delegacia da Mulher’, certamente jamais esteve em uma. Eu estive. Dezenas de vezes. Felizmente, nunca por violência cometida contra mim. Infelizmente, acompanhando mulheres fragilizadas que precisavam de apoio e lá apenas encontraram despreparo e desencorajamento para a denúncia”, escreveu.
A escritora também falou da ‘hashtag’. “Em esforço coletivo, criamos uma campanha para que as vítimas de abusos em serviços de transporte, seja Uber, táxi ou qualquer outro, não tenham vergonha de denunciar: a culpa não é sua, mulher. A culpa é de um sistema que nos vitimiza. A culpa é de quem acha que a mulher que não vive em uma bolha de castidade merece ser violada.