O Dia

força tarefa

Antonio Calloni, Flávia Alessandra, Bruce Gomlevsky e João Baldasseri­ni são delegados que investigam o maior esquema de corrupção do país no filme ‘Polícia Federal - A Lei É para Todos’, que estreia hoje nos cinemas.

- BRUNNA CONDINI brunna.condini@odia.com.br

No longa ‘Polícia Federal - A Lei é para Todos’, que estreia hoje em circuito nacional, a trama que vemos diariament­e nos noticiário­s supera o roteiro da ficção. O filme entra em cartaz com a missão de retratar o que se propõe a ser a maior operação de combate à corrupção da história do país - a Lava Jato. No roteiro, através do ponto de vista do delegado Ivan (Antonio Calloni) e de sua equipe da Polícia Federal, com a força-tarefa do Ministério Público Federal, o thriller policial coloca em cena os esforços para desvendar o esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propinas a executivos de uma estatal de petróleo, empreiteir­as, partidos políticos e parlamenta­res.

DELEGADO IVAN

Antonio Calloni interpreta o líder dos delegados da forçataref­a, papel inspirado no delegado Igor Romário de Paula (coordenado­r da operação no Paraná). “O meu personagem é inspirado nele, mas não é ele. É uma fusão de vários delegados”, esclarece. O ator revela que a preparação para viver o policial da ficção contou com a participaç­ão de profission­ais reais.

“Conversei muito com eles sobre o procedimen­to técnico da investigaç­ão, o comportame­nto, os termos usados. Mas o que mais me chamou a atenção foi a humanidade deles. São trabalhado­res como nós. Estão buscando caminhos e não se colocaram como donos da verdade em momento nenhum. Foram bem criterioso­s neste sentido”, lembra. Ele confessa que estar neste projeto diante da situação política atual o motivou: “Está efervescen­te. Isso possibilit­a um espaço para debate”.

Para o intérprete, o longa é um recorte da história, e ele não teme as críticas de que o filme tenha interesses partidário­s. “Nenhuma história

Longa que retrata a Operação Lava Jato já provoca discussões, e diretor Marcelo Antunez diz que obra está voltada para o entretenim­ento, apesar do tema político

está terminada; a sua, a minha, a história do mundo. E esse recorte é de fundamenta­l importânci­a para que possamos entender algumas coisas da nossa classe política, da nossa sociedade”, opina. “Discordem ou concordem com o filme! Debatam! E, principalm­ente, divirtam-se, é cinema!”, convoca.

Também estão no elenco, vivendo outros delegados da equipe, Bruce Gomlevsky, João Baldasseri­ni e Flávia Alessandra. Flávia, que antes de se tornar atriz se formou em Direito, conta que a sua Beatriz é o somatório das delegadas que fazem parte da equipe. “Sempre tive total interesse em política. É o que rege nossas vidas. Sou

Estão tentando passar o país a limpo, e isso não depende do partido a que pertencem” MARCELO SERRADO, ator

advogada, e as terminolog­ias me são familiares. E ao contrário do que se imagina, as delegadas são calmas, cautelosas e firmes, em um meio no qual predomina a figura masculina. E ainda assim, mantêm sua essência feminina”, conclui.

A atriz conta que já está confirmada no segundo filme da trilogia sobre a operação: ‘Polícia Federal’ é o primeiro deles, e se propõe a ir do início do processo até a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vivido por Ary Fontoura no longa.

SERRADO FAZ MORO

Marcelo Serrado interpreta um juiz federal, a versão na telona do juiz Sergio Moro, conhecido por comandar as ações de julgamento da Operação Lava Jato em primeira instância. Serrado conta que o tema o motivou a participar do projeto. “Estão tentando passar o país a limpo, independen­temente do partido a que pertencem. Então, achei que seria um filme bom de participar. Queria estar perto disso”, opina. Ainda assim, o ator acha complicado colocar alguém nesta história em posição heroica: “Heróis nós vemos em histórias em quadrinhos e filmes de ficção científica. O que existe de fato são pessoas fazendo o trabalho delas, como muitas no Ministério Público e na Polícia Federal, além de alguns juízes”, entende. “Acho que, ao final desse processo, os brasileiro­s passarão a observar a política de forma mais madura. Essa polarizaçã­o política foi muito criada pela internet, por esses sites que disseminam as chamadas ‘fake news’ (notícias falsas) e pelos ‘ haters’, que são criados para agredir pessoas tanto de esquerda quanto de direita. As pessoas estão pensando no país. Se o cidadão vota no candidato e este não faz o que prometeu, a responsabi­lidade é do candidato e não da pessoa que votou nele”.

ENTRETENIM­ENTO

Com direção de Marcelo Antunez, o longa, um dos mais esperados do ano, já movimenta críticas e discussões ao seu redor. Mas o diretor faz questão de ressaltar: “É uma obra voltada para o entretenim­ento e todas as decisões tomadas partiram de critérios artísticos para que fizéssemos um bom filme. Claro que ele trata de um tema político relevante, e a gente quer sempre transmitir uma mensagem”, diz.

Para Marcelo, que dirigiu filmes como ‘Até que a Sorte nos Separe’ (os três) e ‘De Pernas pro Ar’, todos os roteiros, independen­temente dos temas, têm uma mensagem. “Essa operação já faz parte da história do país e é importante falar sobre ela, concordemo­s com ela ou não”.

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