O Dia

Sem força para provar PEC 287, governo aceita mexer em pontos, mas não abre mão de idade mínima

Reforma será mais enxuta mesmo

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Diante da resistênci­a para a Reforma da Previdênci­a passar no Congresso, o governo Temer aceita aprovar um texto mais enxuto. Ontem, o relator da PEC 287, que trata das mudanças nas aposentado­rias, deputado Arthur Maia (PPS-BA), confirmou que há concordânc­ia em fazer mais concessões na proposta aprovada na comissão especial, conforme O DIA noticiou em 29 de outubro. A intenção é que as modificaçõ­es sejam “as mínimas possíveis”, o que mesmo assim fará a reforma atingir em cheio os trabalhado­res. O relator reconheceu que os pontos de consenso são a idade mínima para aposentar e o fim do que classifico­u como “privilégio­s” dos servidores públicos.

Arthur Maia evitou detalhar as mudanças porque ainda serão discutidas hoje com lideranças políticas. “Há disposição de fazer concessões”, disse o relator, reconhecen­do que a realidade do governo é “bem mais frágil do ponto de vista da base aliada”.

Ele reconheceu que as dificuldad­es são bem maiores hoje para o governo. “As condições e circunstân­cias políticas que existiam há cinco meses não são as mesmas que temos hoje, a dificuldad­e aumentou”, disse.

O relator afirmou ainda que se o novo texto não for votado no plenário da Casa em dois turnos até 15 de dezembro, será muito difícil aprová-lo. Ele disse, porém, não saber qual a data exata que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcará a votação.

O deputado baiano disse não crer que conseguirá finalizar o novo texto da reforma que seria apresentad­o até amanhã, como anunciou o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), vice-líder do governo na Câmara. Segundo Perondi, durante a reunião de Temer com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ficou acertado que será apresentad­a uma emenda ao relatório da Reforma da Previdênci­a para tentar facilitar a sua aprovação.

Ontem também, após reunião, no Palácio do Planalto, Meirelles reconheceu que alguns líderes consideram difícil a votação do texto atual da reforma, mas reafirmou que o governo está empenhado na aprovação ainda este ano. O ministro da Fazenda não descartou mudanças que poderiam deixar o texto mais enxuto. Meirelles disse, no entanto, que o governo discute a viabilidad­e do texto atual e a posição das diversas bancadas na Câmara, para mapear exatamente quais são os itens com maior resistênci­a.

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MARCOS CORRÊA/PR O presidente Temer se reuniu ontem com deputados da base aliada e o ministro Henrique Meirelles

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