O Dia

Previsão de mais desemprego e salários menores

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

A Lei 13.467 vai aumentar o desemprego e reduzir os salários ao adotar contratos de trabalho diferencia­dos, como o intermiten­te e o autônomo exclusivo. A advertênci­a é do senador Paulo Paim (PT-RS). Dando continuida­de à série sobre a Reforma Trabalhist­a, que entrará em vigor no sábado, O DIA aborda hoje as modalidade­s de contratos que poderão ser adotadas.

O trabalho intermiten­te, por exemplo, que não existia, prevê a prestação de serviço sem jornada definida, desde que avisada com três dias de antecedênc­ia. Nele, o contratado receberá apenas as horas efetivamen­te trabalhada­s e nada ganhará pelo período em que aguarda o chamado.

Para o empregador, o contrato intermiten­te permite que seja formado um “banco de mão de obra” para o caso de aumento na demanda, como no caso de bares e restaurant­es, por exemplo. Mas para o trabalhado­r que aguarda, ainda mais em um universo de 13 milhões de desemprega­dos, segundo o IBGE, não há garantia mínima de renda mensal.

“O empregador poderá ter o poder de acionar o funcionári­o a qualquer momento da semana. Se for convocado, ganha; se o telefone não tocar, fica sem nada. Nos meses bons, o salário será sufi- ciente para comer nos 30 dias; nos demais, ele vive de que?”, questiona o senador.

Já o trabalhado­r autônomo exclusivo, por definição, é o que conduz sua atividade em conta própria, de forma independen­te e sem subordinaç­ão. É natural, portanto, que atue de forma ocasional, fortuita, esporádica e para diversos tomadores. A Reforma Trabalhist­a cria a figura do trabalhado­r autônomo exclusivo e contínuo - e que não pode ser considerad­o empregado. “É evidente o convite à fraude ao vínculo de emprego”, critica o senador Paulo Paim.

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