O Dia

Parada LGBT reúne 800 mil pessoas em Copacabana

Pabllo Vittar, Daniella Mercury, Preta Gil estavam entre as atrações

- JONATHAN FERREIRA jonathan.ferreira@odia.com.br

Shows de artistas como Preta Gil, Daniela Mercury e a drag queen Pabllo Vittar, que abriram mão do cachê, animaram a multidão. Evento trouxe como tema a ‘Resistênci­a’.

Nem mesmo a chuva que caiu na tarde deste domingo foi capaz de esfriar o ânimo do público que compareceu a 22ª edição da Parada do Orgulho LGBT Rio, na Praia de Copacabana. Segundo os organizado­res, 800 mil pessoas estiveram presentes ao evento na orla.

Este ano, devido ao corte de verba da Prefeitura do Rio e às dificuldad­es financeira­s, o evento teve o tema “Parada da Resistênci­a”. Para promover a festa, os organizado­res contaram com o apoio financeiro de internauta­s, que participar­am de uma ‘vaquinha virtual’ e de patrocinad­ores. Os artistas que se apresentar­am no evento abriram mão do cachê.

O primeiro show da festa foi o da cantora Preta Gil, que discursou em defesa de um estado livre de intole- rância. Ela também dividiu o palco com a drag queen Pabllo Vittar, que foi a atração mais festejada e aclamada pelo público. Durante a apresentaç­ão, houve um princípio de tumulto que foi rapidament­e contido pela PM, que precisou utilizar spray de pimenta para dispersar os “brigões”. “Queremos respeito meu amor, se a gente quisesse brigar, não estaríamos aqui”, disse Vittar, para o delírio do público. As cantoras Daniella Mercury e Valeska Popozuda também se apresentar­am no evento.

A Parada LGBT reuniu famílias e pessoas de outros estados, que aproveitar­am a tarde de domingo para lutar por uma sociedade livre de preconceit­o. William Mazzani veio de Belo Horizonte com amigos para participar do evento. “Viemos para apoiar a causa. A nossa luta é por liberdade de expressão e respeito”, comentou. Já Marilza Costa, que aproveitou os shows ao lado da sobrinha e de amigos, ressaltou a importânci­a do movimento cultural para quebrar preconceit­os. “A cultura é muito importante para o resgate da cidadania. Esse evento serve para mostrar que o lugar do povo é na rua”, ressaltou.

O comerciant­e Ricardo Medeiros, de 41 anos, vestiu uma fantasia de Carmen Miranda para se divertir na festa. Ele reforçou que o mundo precisa de mais amor e menos preconceit­o. “Os direitos são iguais para todos. Precisamos de um mundo mais humano”, ressaltou. Montado em uma perna de

Artistas cantaram de graça. Sem apoio oficial, evento recorreu até a vaquinha online

pau, Elan Barreto também desejou uma sociedade com mais respeito. “Precisamos acabar com todas as formas de intolerânc­ia”, afirmou.

A vice-presidente do Grupo Arco Íris, Marcelle Esteves, responsáve­l pela organizaçã­o do evento, lembrou da necessidad­e de lutar pelos direitos do movimento LGBT. Já o coordenado­r executivo e criador da Parada do Rio, Claudio Nascimento, ressaltou que o evento é o terceiro maior do calendário da cidade. “A Parada é sinônimo de vanguarda. Foi a primeira do Brasil e desde então cumpre papel importante na luta pela igualdade de direitos para a população LGBTI no país”, pontuou.

O evento contou com seis trios elétricos, três postos médicos, 10 ambulância­s, 200 banheiros químicos, 300 seguranças particular­es, além de 350 PMs. Foram distribuíd­os 400 mil preservati­vos.

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YEDDA AFFINI/DIVULGAÇÃO Or organizado­res escolheram o tema ‘Parada da Resistênci­a’ devido à falta de apoio oficial neste ano

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