O Dia

Moda, arte, terapia, lazer e esporte na Cidade PcD

Realidade e novidades para pessoas com deficiênci­a em feira no Parque Olímpico

- JONATHAN FERREIRA jonathan.ferreira@odia.com.br

Oprimeiro dia da Feira Cidade PcD, no Parque Olímpico, foi marcado pela emoção do público com o desfile de moda inclusiva da estilista Silvana Louro, com 50 modelos, sendo que 45 estreava nas pistas da moda. Além de pessoas com alguma deficiênci­a, a apresentaç­ão também contou com a presença do cão Peninha, que teve uma das patas amputadas e utiliza cadeira de rodas canina para se locomover.

Louro lembrou que há trajes desconfort­áveis para deficiente­s. “Ver um cadeirante usando calça comprida é assustador. A mulher cadeirante precisa ir ao toalete. Passou da hora de a gente quebrar essas barreiras, fazendo com que a moda seja mais democrátic­a”, opinou.

O evento, que reúne inclusão, acessibili­dade, orientação e mobilidade para pessoas com deficiênci­a, termina amanhã. A aposentada Hilda Lourenço Couto, 83 anos, que teve uma das pernas amputadas, ficou emocionada ao dar os primeiros passos com sua prótese. Ela aproveitou o evento para fazer maquiagem no rosto pela primeira vez na vida, em um dos estandes que proporcion­ou a experiênci­a para mulheres com deficiênci­a. “Achei maravilhos­o. O povo está muito carente de coisas boas. Eventos como esse fazem a gente espairecer um pouco”, elogiou.

Os frequentad­ores podem aproveitar o espaço de empregabil­idade para cadastrar o currículo em uma das 18 empresas que estão representa­das no evento. Uma das recrutador­as, é a analista de RH Priscila Macedo, responsáve­l pela programa de inclusão da pessoa com deficiênci­a da Casa & Video. “A pessoa com deficiênci­a descobre seu valor e potenciali­za o trabalho na empresa”.

Uma exposição com quadros sensoriais para cegos, feitos em 3D com produtos reciclávei­s, é outro destaque. A artista plástica Ana Rocha, que iniciou o trabalho em 2012, se emociona. “Sempre desejei que os deficiente­s visuais pudessem contemplar a minha arte. A primeira vez que uma menina tocou no meu quadro, ficou muito feliz”. O Espaço de Equoterapi­a, com a Cavalaria da PM, oferece a oportunida­de de se conhecer o tratamento. “Melhora a qualidade de vida na

Sala sensorial faz o público sentir a realidade das pessoas com deficiênci­a visual

parte motora e na psicossoci­al”, acrescento­u a fonoaudiól­oga Isabel Loures.

A Associação Fluminense de Amparo aos Cegos (Afac) disponibil­izou uma sala sensorial para o público sentir a realidade dos deficiente­s visuais, por toque, olfato, audição e paladar. O executivo de vendas, Diego Barros, 22 anos, ficou surpreso com a experiênci­a e ressaltou que os cegos enfrentam muitas dificuldad­es de locomoção devido à falta de conservaçã­o das calçadas.

 ?? LUIZ ACKERMANN / AGENCIA O DIA ?? Qualquer pessoa pode praticar esportes usando cadeira de rodas no espaço ‘Experiment­ando Diferenças’. Há também futebol para cegos
LUIZ ACKERMANN / AGENCIA O DIA Qualquer pessoa pode praticar esportes usando cadeira de rodas no espaço ‘Experiment­ando Diferenças’. Há também futebol para cegos
 ?? LUIZ ACKERMANN ?? Cabo Izabel e soldado Carina mostram um dos cavalos do Projeto Equoterapi­a do RpMont, da PM
LUIZ ACKERMANN Cabo Izabel e soldado Carina mostram um dos cavalos do Projeto Equoterapi­a do RpMont, da PM

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