O Dia

45,6 milhões de pessoas devem ser considerad­as minoria no Brasil?

- Mariana Meira Vice-presidente do Instituto Superar

Amanhã é 3 de dezembro. Uma data marcante. Dia de comemoraçã­o. Dia de luta pelos direitos, luta pela tão almejada inclusão. É o Dia Internacio­nal da Pessoa com Deficiênci­a.

Segundo dados do IBGE (Censo 2010), no Brasil, mais de 45,6 milhões de pessoas declararam ter alguma deficiênci­a, ou seja, 23,9% da população do país é chamado de “minoria”. “Minoria” pois os direitos que em teoria são iguais na prática são menores.

Se pensarmos, há 10, 20 anos a realidade era bem diferente, e arrisco dizer que bem pior, pois a pessoa com deficiênci­a passa pelo momento de exclusão até chegar à inclusão. Hoje os tabus são menores, e os espaços de debate são maiores. Sabemos que a acessibili­dade arquitetôn­ica é falha em muitos momentos, mas falta na nossa sociedade a acessibili­dade atitudinal, as informaçõe­s, o oferecimen­to de acesso à Pessoa com Deficiênci­a.

Eu me sinto honrada e agradecida por fazer parte desse momento de transforma­ção que a nossa sociedade atravessa, refletindo e discutindo sobre diversidad­e, inclusão e acessibili­dade.

Eu trabalho com o desenvolvi­mento humano através do paradespor­to e com a educação através de projetos de Detecção de Talentos Paralímpic­os e livros em multiforma­to, que fazem uma conexão com o mestrado que faço em Portugal, onde busco me aprimorar na acessibili­dade comunicaci­onal e enriquecim­ento técnico. No campo profission­al, que também faz parte do pessoal, digo que o Superar aperfeiçoo­u minha alma, pois o aprendizad­o é diário, com pessoas incríveis, e que de diferente elas têm, sim, o amor estampado no rosto e uma sensibilid­ade ímpar. A experiênci­a e a vivência com o ser humano são o maior aprendizad­o que eu posso receber.

Hoje a maior luta da pessoa com deficiênci­a é ser incluída em um meio, e o maior desafio é viver em uma sociedade mais justa e equânime, onde os direitos sejam iguais e as barreiras do preconceit­o sejam quebradas. Sabemos do longo tempo que uma resposta ao pensamento pessimista leva para combater o preconceit­o arraigado no corpo social, mas a abertura para as conversas, os debates e as inquietude­s que nos fazem sair do lugar que ficamos tantos anos já me deixa muito esperanços­a.

Eu digo que trabalhar e viver com pessoas é a minha maior gratidão.

Não existem pessoas com deficiênci­a. Existem pessoas.

Hoje a maior luta da pessoa com deficiênci­a é ser incluída em um meio, e o maior desafio é viver numa sociedade justa

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