O Dia

Garotinho inicia uma nova greve de fome

Ele promete manter jejum até ser ouvido pelo Conselho Nacional de Justiça

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Onze anos depois de ter feito uma greve de fome, o ex-governador, Anthony Garotinho, decidiu repetir a dose. Preso desde o fim do mês passado, o político enviou ontem, uma carta à direção do Complexo Penitenciá­rio de Gericinó, em Bangu, para anunciar que ficará sem comer por tempo indetermin­ado.

“Minha atitude é um grito de desespero contra a injustiça que venho sofrendo, abalando fortemente minha família”, escreveu Garotinho no documento. Ele informou que permanecer­á em jejum até ser ouvido pelo Conselho Nacional de Justiça. “É uma decisão pessoal, pacífica. Sei das consequênc­ias para minha saúde, mas não há horizonte”, completou. Garotinho acrescento­u ainda que não quer banho de sol e nem receber visitas de advogados e familiares.

Em nota, a Secretaria de Administra­ção Penitenciá­ria confirmou que o ex-governador não aceitou as refeições oferecidas ontem.

Em 2006, Anthony Garotinho fez uma greve de fome após denúncias de irregulari­dades em sua précampanh­a à presidênci­a da República. Na ocasião, ele dizia que era perseguido politicame­nte.

O político foi preso em novembro durante uma ação que apurava crimes de corrupção, concussão (recebiment­o de dinheiro indevido ou obtenção de vantagens), participaç­ão em organizaçã­o criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais.

Nas investigaç­ões, a PF e o MPRJ apontaram que uma empresa de carnes firmou contrato fraudulent­o com uma empresa de Macaé para prestação de serviços de informátic­a. A suspeita é de que o trabalho servia para mascarar repasses irregulare­s para campanhas eleitorais. O contrato era no valor de R$ 3 milhões.

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PAULO CARNEIRO/PARCEIRO/AGÊNCIA O DIA Ex-governador foi preso em novembro e transferid­o para Bangu

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