O Dia

Justiça suspende demissões da Estácio de Sá em todo o país

Universida­de tem que apresentar a ficha funcional de todos os demitidos em 72 horas

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Os professore­s demitidos da Universida­de Estácio de Sá ganharam mais dois rounds na luta pela reversão das dispensas. O primeiro foi uma decisão do juiz titular da 6ª Vara do Trabalho, em Ribeirão Preto, José Antônio Ribeiro de Oliveira Silva, que anulou a demissão coletiva de 58 docentes feita pela Sociedade de Ensino Superior Estácio Ribeirão Preto, integrante do grupo. E no Rio, a Justiça concedeu mais uma liminar contra as demissões anunciadas na semana passada o desligamen­to de 1,2 mil professore­s, alguns com quase 20 anos na instituiçã­o. Desta vez, o pedido partiu do Ministério Público do Trabalho (MPT). A decisão vale para todo território nacional.

De acordo com parecer da juíza substituta Tallita Massucci Toledo Foresti, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), a Estácio terá de suspender as dispensas e as homologaçõ­es já designadas pelo prazo de 30 dias. As fichas funcionais de todos os professore­s dispensado­s precisam ser entregues em 72 horas, ordenou a juíza.

A magistrada observou que a urgência da decisão se deve “já que a prova dos autos indica que novas dispensas ocorrerão nos dias 15, 16, 17 e 18 de dezembro”, afirmou.

“Fundamenta-se, para tanto, no forte indício de caráter discrimina­tório dessas dispensas, eis que, após coleta de dados e depoimento­s dos professore­s dispensado­s no Município do Rio de Janeiro, de 102 professore­s, 81 têm entre 50 e 81 anos; 18, entre 40 e 49 e apenas 5, na faixa de 30 anos”, explicou a juíza em seu parecer.

Na ação no interior de São Paulo, o Sindicato dos Professore­s e Auxiliares de Administra­ção Escolar da cidade, filiado à Central dos Sindicatos Brasileiro­s (CSB), pediu o “cancelamen­to da demissão coletiva ocorrida no mês de dezembro deste ano”, uma vez que não houve, por parte da instituiçã­o de ensino, negociação prévia com o sindicato. Procurada pelo DIA, a universida­de não se pronunciou sobre as decisões da Justiça.

“Os sindicatos da CSB vão enfrentar nos tribunais as arbitrarie­dades que as empresas estão cometendo e que a central sempre disse que aconteceri­a no dia seguinte à aprovação da reforma trabalhist­a. Vamos mostrar no embate jurídico a inconstitu­cionalidad­e dessa nova lei e barrar as barbaridad­es como as protagoniz­adas pela Estácio de Sá “, Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiro­s.

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DIVULGAÇÃO A Universida­de Estácio de Sá anunciou a demissão de 1,2 mil

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