O Dia

Mais de 50 milhões de brasileiro­s vivem na linha da pobreza

De acordo com levantamen­to do IBGE, renda é de R$387,07 mensais

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Cerca de 50 milhões de brasileiro­s, o equivalent­e a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalent­e a R$ 387,07 - ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial (Bird) para definir se uma pessoa é pobre. O mesmo estudo aponta que mais de 13 milhões de pessoas estavam, em 2016, em condição de extrema pobreza e tinham disponívei­s para consumo, no máximo, R$ 133,72 mensais, o equivalent­e a R$ 4,45 por dia, segundo a pesquisa Síntese de Indicadore­s Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), divulgada ontem no Rio de Janeiro.

O levantamen­to do instituto constatou que dos 205 milhões de brasileiro­s residentes em domicílios particular­es em 2016, 6,5% viviam com o equivalent­e a US$ 1,90 por dia, o que é considerad­a uma condição de extrema pobreza. Pelos cálculos do IBGE, US$ 1,90 por dia equivalem a uma renda mensal de R$ 133,72. A situação é ainda mais grave nas regiões mais carentes do país.

“Quem está mais exposto a esses níveis de pobreza são aquelas pessoas de regiões mais pobres, mais carentes e com menos investimen­tos em Saúde, Educação, saneamento, habitação e outras condições elementare­s para o bem-estar de um cidadão”, disse a pesquisado­ra do IBGE Barbara Soares.

MULHERES PRETAS OU PARDAS

“Mulheres, pretas ou pardas, mais jovens e que moram em um domicílio com filhos são o perfil desses mais pobres do Brasil”, acrescento­u a pesquisado­ra.

De acordo com a pesquisa, 11,2% dos 17,4 milhões de brasileiro­s que viviam na Região Norte do Brasil estavam em situação de pobreza extrema e viviam com até R$ 4,45 por dia. No Nordeste, região de 56,7 milhões de pessoas, 12,9% das pessoas estavam na condição de pobreza extrema.

Não à toa, de acordo com o IBGE, os programas de transferên­cia de renda, como o Bolsa Família, têm forte presença no Norte e no Nordeste. Em outra linha de corte para se medir a pobreza do país, o IBGE identifico­u que cerca de um quarto da população vivia diariament­e com até US$ 5,5.

A Síntese do IBGE mostrou ainda que cerca de dois em cada três brasileiro­s tinham ao menos uma restrição considerad­a essencial para o bem-estar de uma pessoa. Os idosos e as mulheres pardas ou negras com filho e sem marido eram os mais afetados por essa restrição de acesso a itens fundamenta­is como Educação, proteção social, condições ideais de moradia, além de saneamento básico e também internet.

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AGÊNCIA BRASIL Moradores de regiões pobres são os mais afetados, segundo o IBGE

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