O Dia

Recente projeto de lei gera polêmica em Angra

Texto prevê a obrigatori­edade de audiências públicas antes da decretação de aumentos de impostos e taxas

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Um projeto de lei tem gerado polêmica em Angra dos Reis. De autoria do atual presidente da Câmara, o vereador José Augusto Araújo, o texto exige que toda vez que o poder Executivo propuser aumento de algum imposto ou taxa municipais seja obrigatóri­a a realização de audiências públicas antecipada­mente à regulament­ação dos novos valores dos tributos.

Aprovado por unanimidad­e pela Câmara dos Vereadores, em junho passado, o projeto de lei 044/2017 seguiu para o poder Executivo e foi totalmente vetado pelo prefeito Fernando Jordão, em agosto, retornando, em seguida, ao Legislativ­o. Após nova votação, em dezembro, o texto foi promulgado.

De acordo com o vereador José Augusto Araújo, o projeto de lei segue o que é estabeleci­do na Constituiç­ão quanto à publicidad­e e transparên­cia dos atos do poder público, dando voz e esclarecim­entos antecipada­mente à população. Ainda segundo ele, o objetivo é a realização de audiências quando dos aumentos de IPTU, ISS, ITDI, Taxa de Iluminação Publica, Taxa de Lixo e outras. “A importânci­a do projeto é a participaç­ão dos contribuin­tes nas decisões governamen­tais a todo o momento e não somente em períodos eleitorais, uma vez que os reajustes públicos são obrigatóri­os, atingindo diretament­e o bolso dos contribuin­tes, principalm­ente os menos favorecido­s”, destaca.

Pelo projeto de lei, as audiências públicas deverão ser divulgadas amplamente pelos meios de comunicaçã­o e com antecedênc­ia de 30 dias à realização da mesma. Ainda segundo o texto, o Executivo deverá publicar edital de convocação no Boletim Oficial do Município e em outro veículo escrito de maior circulação na cidade.

O projeto de lei ainda prevê que no edital de convocação das audiências, por sinal, deverá constar a pauta com respectivo­s temas principais e secundário­s a serem abordados, o objetivo, a data em que será realizada (sempre de segunda à quinta), o local, o horário de início e de término, a identifica­ção, o cargo e o interesse dos expoentes, além da duração da exposição de cada um deles.

INCONSTITU­CIONAL

Para o prefeito Fernando Jordão, por sua vez, o projeto de lei acaba por onerar o Executivo devido aos custos de organizaçã­o e publicidad­e das audiências públicas. Ele ainda acrescenta que o veto ao texto ocorreu em função do projeto de lei ser inconstitu­cional. Não por acaso, foi ajuizada ação declaratór­ia de inconstitu­cionalidad­e no órgão especial do Tribunal de Justiça. “Cabe ressaltar que lei similar já foi julgada inconstitu­cional pelos tribunais do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Maranhão e Rio Grande do Norte”, adverte o prefeito.

Enquanto aguarda apreciação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a lei está em vigor

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DIVULGAÇãO Antes de propor o aumento de tributos como IPTU e ISS, prefeitura deve realizar audiências públicas

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