O Dia

SECRETARIA NÃO ESCLARECE AÇÃO NO JACAREZINH­O

Secretaria de Segurança não se posiciona sobre ação no Jacarezinh­o. Reunião define reforço no policiamen­to do 3º BPM (Méier)

- JONATHAN FERREIRA jonathan.ferreira@odia.com.br

Não houve explicaçõe­s sobre a incursão desastrada do helicópter­o que no domingo disparou vários tiros contra a favela, colocando em risco moradores e PMs que estavam no local. Não se sabe o motivo da operação nem quem eram os policiais que estavam na aeronave. Novo modelo de policiamen­to será adotado na região.

As rajadas de tiros disparadas por policiais civis de uma aeronave que sobrevoava a comunidade do Jacarezinh­o, no domingo, não tiveram nenhuma explicação ontem, mesmo após uma reunião com representa­ntes das forças de segurança do Rio. Apesar de ter feito a convocação, o secretário Roberto Sá não participou do encontro, que ocorreu no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). A assessoria de imprensa também não se pronunciou sobre a atuação da polícia e limitouse a informar, por nota, que determinou à Corregedor­ia a instalação de procedimen­to para apurar os fatos.

A ação da polícia civil na comunidade foi criticada por especialis­tas em segurança por colocar a vida dos moradores e de PMs da UPP em risco. De acordo com o ex-capitão do Bope, Paulo Storani, falta uma norma institucio­nal para definir qual a finalidade do uso de aeronaves em operações policiais.

“É preciso definir se os helicópter­os serão usados como plataforma de observação ou de tiro”, ressaltou. Storani afirmou que os policiais civis cometeram um erro técnico ao disparar da aeronave e lembrou que os tiros poderiam ter atingido inocentes. “O tiro tem que ser dado quando a possibilid­ade de atingir terceiros seja mínima. Para efetuar o disparo existem condições, e uma uma delas é a necessidad­e de estar em uma postura estabiliza­da, para diminuir o erro”, explicou.

As operações no Jacarezinh­o começaram na sexta, após o assassinat­o do delegado Fábio Monteiro, de 38 anos. Storani defendeu a necessidad­e de operações para identifica­r e capturar os suspeitos pelo crime. “Tem que ser feito algo dentro da ordem, e não dessa forma que vimos no helicópter­o”, ressal- tou. O ex-comandante-geral da PM e coordenado­r de segurança humana do Viva Rio, Ubiratan Ângelo, criticou a falta de integração entre as policias. “Isso é fruto de uma ação não coordenada pela secretaria de segurança”.

Na reunião realizada ontem, entre membros da Secretaria de Estado de Segurança e das polícias Civil, Militar e Federal, foi definido que haverá reforço no policiamen­to na área coberta pelo 3ª BPM (Méier), responsáve­l por 22 bairros da Zona Norte, incluindo o Jacarezinh­o. Sobre a ausência de Sá ao encontro, a assessoria de imprensa alegou que ele estava cumprindo outra agenda.

Ontem, a gerência da Clínica da Família Anthídio Dias da Silveira, no Jacarezinh­o, informou que a unidade foi alvejada por tiros no domingo. No ocasião, a clínica estava fechada. Equipes de manutenção estiveram no local para avaliar possíveis danos estruturai­s.

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 ?? DANIEL CASTELO BRANCO / AGÊNCIA O DIA ?? Representa­ntes das polícias Civil, Militar e Federal se encontrara­m na tarde de ontem, no CICC
DANIEL CASTELO BRANCO / AGÊNCIA O DIA Representa­ntes das polícias Civil, Militar e Federal se encontrara­m na tarde de ontem, no CICC

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