Ministério Público Federal pede pena de 386 anos de prisão para Eduardo Cunha
Procuradoria acusa ex-presidente da Câmara de desvios na Caixa Econômica Federal
OMinistério Público Federal em Brasília pediu ontem a condenação do ex- presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) a 386 anos de prisão por corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e prevaricação. Já para o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) foi requerida pena de 78 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
As alegações fazem parte da etapa final da Operação Sépsis, que investiga esquema de cobrança de propina e desvio de recursos da Caixa Econômica. As sentenças devem sair até o mês que vem.
Ainda por conta dos supostos prejuízos causados pela corrupção, os procuradores pedem uma multa de R$ 13,7 milhões para Cunha e R$ 3,2 milhões para Alves.
“De fato, restou demonstrado no curso da ação penal que Cunha e Alves possuem personalidades voltadas para o crime, para a corrupção em seu sentido mais amplo. São pessoas que não demonstraram ou comunicaram, ao menos até o presente momento, qual- quer arrependimento por seus crimes”, afirmam os procuradores.
A punição alta sugerida para Cunha se deve ao fato de o MP ter somado as penas de cada crime. Só pela corrupção ativa, a proposta é de 192 anos. Entretanto, no Brasil a lei prevê que o tempo máximo de prisão é de 30 anos.
Além dos dois ex-parlamentares, que já estão presos, são réus no processo o ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto, o corretor Lúcio Funaro e seu funcionário Alexandre Margotto.
HISTÓRICO
A Operação Sépsis foi deflagrada pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República em 2015. A ação teve como base a delação premiada de Cleto e dos executivos da Carioca Engenharia que detalharam como o grupo político de Cunha e Alves se valiam da nomeação de diretores na Caixa para cobrar propina de empresas interessadas em aportes do FI-FGTS.
O caso representaria apenas 4% da propina recebida por Cleto enquanto vice-presidente.