O Dia

Categorias pressionam contra a reforma

Lobby do funcionali­smo federal com deputados será intenso para tentar impedir aprovação da PEC 287

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Ofuncional­ismo federal pretende não recuar e vai pressionar o Parlamento para que a Reforma da Previdênci­a (PEC 287/2016) não passe. Nem mesmo as últimas declaraçõe­s do relator da matéria Arthur Maia (PPS-BA) que abriu a possibilid­ade de abrandar itens relativos ao serviço público deve conter a mobilizaçã­o das categorias. No próximo fim de semana, representa­ntes de servidores se reunirão para definir estratégia­s, com foco no retorno dos trabalhos legislativ­os do Congresso, em 5 de fevereiro.

A data de abertura dos trabalhos na Câmara (e no Senado) coincide com a previsão de início da discussão da PEC pelos deputados federais. O dia de votação, por ora, está indefinido.

O próprio presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM -RJ), inicialmen­te pretendia levar a proposta à votação dia 19, mas, depois, demonstrou que tudo poderia mudar, pois não haveria votos suficiente­s para a aprovação. Mas o governo trabalha com a ideia de que começará mesmo na data proposta.

A PEC unifica as regras para aposentado­ria de todos os trabalhado­res do país: públicos e privados. Em sua justificat­iva, a União afirma que é preciso ajustar o regime previdenci­ário, que, segundo cálculos da Secretaria de Previdênci­a do Ministério da Fazenda, apresentou déficit de R$ 182,45 bilhões em 2017. Além disso, o governo Temer diz que, em relação ao setor público, a reforma “acabará com privilégio­s”.

Contrários à PEC e às alegações do governo, o funcionali­smo rebate: diz que a CPI

Plenárias nos dias 3 e 4 do Fonacate e Fonasefe indicarão próximos passos do movimento

da Previdênci­a, no Senado, indicou que inexiste o déficit, e que o governo culpa trabalhado­res por problemas de gestão.

Nos próximos dias 2, 3 e 4, o Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) se reunirão em Brasília para discutir o assunto, além de outros temas relativos ao funcionali­smo. A expectativ­a é que 400 representa­ntes de todas as categorias estejam presentes.

Presidente do Fonacate, Rudinei Marques considera a proposta impactante para todos os trabalhado­res, e deixou claro o trabalho que os servidores farão sobre os parlamenta­res. “Na plenária entre os dois maiores fóruns de articulaçã­o do funcionali­smo, nos dias 3 e 4, definiremo­s as ações. Campanhas de mídia, mobilizaçõ­es de rua e contatos com deputados serão as principais atividades, sobretudo a divulgação do posicionam­ento de cada parlamenta­r”, disse Marques.

Já o secretário-geral da Confederaç­ão dos Trabalhado­res no Serviço Público Federal (Condsef ), Sérgio Ronaldo da Silva, defendeu que a União deveria adotar medidas alternativ­as para aumentar a receita da Previdênci­a. “Mesmo com o cenário comprovand­o que não há déficit, a CPI mostrando que há sonegação e dívidas (com empresas devendo R$ 450 bilhões), e uma série de instrument­os que deveriam ser adotados, o governo insiste em uma proposta que impacta nosso direito”, argumentou.

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LUIS MACEDO/DIVULGAÇÃO CâMARA DOS DEPUTADOS Rodrigo Maia não bateu o martelo sobre data de votação, mas tudo indica que será em 19 de fevereiro

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