MOVIMENTO
Os empresários estão otimistas em relação à contratação de funcionários nos próximos seis meses. A sensação de três mil gestores do setor de Indústria e Serviços foi apurada por pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). Divulgado mensalmente, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), que antecipa os principais movimentos do mercado de trabalho no país, atingiu o maior patamar em dezembro desde o seu lançamento, há dez anos. “Isso significa que os empresários ouvidos pretendem contratar mais do que demitir”, avalia Fernando de Holanda, pesquisador do FGV Ibre.
Por outro lado, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), divulgado simultaneamente, é baixo. Neste levantamento, foram ouvidos 1.844 consumidores, que apontaram as perspectivas de conseguir emprego até junho. O ICD ficou em 100,3, enquanto o IAEmp teve 107. Os indicadores vão de 0 a 200, sendo 100 o ponto considerado neutro.
Ao analisar os dois índices, Fernando de Holanda tira uma conclusão: “O filme pode ficar bonito, mas a fotografia ainda é feia. Ou seja, embora os gestores tenham intenção de contratar nos próximos meses, o desemprego ainda é grave”, aponta.
Para o pesquisador, o otimismo dos empresários demonstra maior confiança na economia. “De fato, os principais indicadores voltaram a crescer. As indústrias estão começando a reagir e o setor de Kidoguinho lançou quiosque no metrô do Leblon: mais funcionários Serviços, que é intensivo em mão de obra, deve concentrar as chances de emprego”, diz.
VAGAS NA PÁSCOA
Coordenadora de recrutamento e seleção da Luandre, consultoria em RH, Renata Motone aponta que as maiores chances de emprego serão nas datas comemorativas, começando pela Páscoa. Segundo a especialista, as contratações serão intensificadas em fevereiro, principalmente nos setores de Indústria, Comércio e Logística. “A tendência é que esta Páscoa tenha mais vagas de emprego do que nos anos anteriores. A maior parte delas, para serviços como Vendedor, Operador de Caixa, Estoquista e Gerente de Loja”, prevê Renata, que dá uma dica: “Além de se cadastrar nas agências de recrutamento, os candidatos devem entregar currículos nas lojas. O momento é bom, pois há maior confiança dos gestores e isso se reflete em aumento de oportunidades”, diz.
Os planos de Marcelo Alves, diretor de Novos Negócios da KiDoguinho, refletem o otimismo apontado pela pesquisa do FGV Ibre. A empresa planeja abrir dez pontos de venda este ano — três com administração própria e sete no modelo de franquia. O investimento prevê a contratação de 48 funcionários.
Lediana Moreira, sóciafranqueada da Minds Idiomas, com unidade em Botafogo, também pretende contratar. “O mercado de trabalho vem melhorando. E ter fluência no inglês é pressuposto para a maioria das vagas. A demanda de alunos só cresce e por isso precisamos de funcionários”.
Os empresários, que em 2017 não previam recuperação da economia, hoje veem chances de voltar a crescer e contratar FERNANDO DE HOLANDA, pesquisador do FGV Ibre