ASAS DA LIBERDADE
PORTELA DE ROSA MAGALHÃES CANTOU SAGA DE JUDEUS QUE FORAM AO NORDESTE.
Judeus em fuga, direitos dos imigrantes, repentes... só Rosa Magalhães para fazer uma mistura tão ampla dar certo na Avenida. No comando da Portela, a carnavalesca guiou a Águia por um voo alegre, colorido e cívico. A maior campeã do Carnaval carioca — “22 vezes”, como fez questão de cantar no refrão — foi ao Recife do século 17 contar a história de israelitas perseguidos na Holanda. Daí Rosa viajou pelo próspero Pernambuco de Maurício de Nassau, moldado pelos visitantes, e parou em Nova York, cidade de todas as nações.
Rainha de Bateria da Portela, Bianca Monteiro estreou no ano passado com o pé direito: a Azul e Branca de Madureira foi campeã. Este ano, Bianca quer repetir o feito e levar o bicampeonato. “A responsabilidade neste ano para mim é ainda maior. Há 33 anos não tínhamos um título e no ano passado levamos. Queremos o bicampeonato. Tomamos gosto e queremos novamente.”
ILHA CHEIA DE SABOR
Na sequência veio a União da Ilha, que passeou pela cozinha brasileira. Gracyanne Barbosa, rainha da bateria, saiu de ‘Eita, tempero bom’. “Já tinha vontade de voltar à Ilha. Hoje é dia de tempero bom na Sapucaí”,contou a beldade, cercada de fãs.
Escaldada do grande susto do ano passado, a Tijuca, primeira escola a pisar ontem na Avenida, veio leve e alegre. Em 2017, parte de alegoria cedeu, ferindo foliões e comprometendo harmonia e evolução. Este ano, sem sobressaltos, o Borel cantou Miguel Falabella e enalteceu diferentes faces do multiartista. O enredo foi desenvolvido em ordem cronológica e partiu da infância na Ilha do Governador e das aulas no Tablado, chegando aos grandes sucessos na televisão e no teatro.
Fiéis escudeiras, Zezé Polessa, Marisa Orth, Aracy Balabanian e Arlete Salles marcaram presença, lembrando ‘Toma lá, dá cá’, ‘Pé na Cova’ e ‘Sai de Baixo’ — a bateria, aliás, veio de Caco Antibes, o almofadinha que tinha “horror a pobre”.
Miguel, no último carro, foi ovacionado durante todo o desfile. “O Ziraldo disse que isso (ser homenageado) é igual a ganhar um prêmio literário. É sempre uma alegria e festa”, resumiu. Outro destaque foi a rainha, Juliana Alves, que deu à luz em setembro. “Este ano venho com uma força ainda maior por conta da maternidade. Cuidar da Iolanda me dá mais força de brigar pelo título”, contou a musa.