Para tudo se acabar com alegria
Desfile do Monobloco encerra o Carnaval de rua do Rio e leva 200 mil foliões ao Aterro do Flamengo. Na dança das cadeiras dos carnavalescos, Paulo Barros acerta com a Viradouro.
Odesfecho do Carnaval do Rio foi marcado pela esperada participação do Monobloco no Aterro do Flamengo, ontem de manhã, ao som de hits da música popular brasileira, como Tim Maia, Lulu Santos, Anitta, Ivete Sangalo e Jorge Ben Jor. O desfile, que ocorre há 18 anos, levou cerca de 200 mil pessoas às ruas, de acordo com a Riotur. Horas antes, a Marquês de Sapucaí sediou o desfile das campeãs. E, após o fim da folia, as escolas de samba já começam a se mobilizar para o Carnaval de 2019. Na dança das cadeiras, a principal novidade é o acerto do carnavalesco Paulo Barros com a Viradouro, que retorna ao Grupo Especial no próximo ano. A informação foi antecipada pelo colunista Leo Dias.
Segundo a Riotur, mais de 6,5 milhões de pessoas curtiram o Carnaval carioca neste ano, que contou com 600 desfiles de rua e apresentações na Apoteose. Marcelo Alves, presidente da entidade, comemorou o sucesso da folia, apesar dos problemas na segurança pública. “Esse foi o Carnaval que tivemos mais gente na história. Apesar de todas as dificuldades, muitas delas ligadas à segurança, tudo transcorreu com o maior sucesso. Problemas surgiram e amanhã (hoje) teremos uma reunião com toda a estrutura da prefeitura para programarmos o Carnaval de 2019”, projeta.
O único incidente registrado foi a apreensão de um suspeito de furto de celular, no Monobloco. Além disso, a Comlurb informa ter recolhido 486 toneladas de lixo nesse Carnaval — 30% a mais que em 2017. Cerca de 650 de pessoas foram multadas por urinar ou jogar resíduos na rua.
SEM FAIXA PRESIDENCIAL
As seis escolas primeiras colocadas no Grupo Especial voltaram à Avenida entre a noite de sábado e a madrugada de ontem. A campeã Beija-Flor de Nilópolis encerrou o desfile com a presença de Pabllo Vitar e Jojo Todynho em um carro da escola. Mas o destaque do desfile foi a imagem do ‘vampirão neoliberal’, em alusão ao presidente Michel Temer, sem a faixa presidencial no desfile da vice-campeã Paraíso do Tuiuti. A imagem viralizou nas redes sociais.
A escola enviou uma nota à imprensa, em resposta à alusão de que a retirada da faixa teria ocorrido por um pedido da Presidência da República à Liesa. “Foi uma decisão exclusivamente da escola, por ser tratar de uma celebração, um dia de festa, e entendemos não ser pertinente levar este adereço. Não recebemos qualquer pedido ou ameaça de ninguém para impedir a ida da faixa para o desfile”, revelou a agremiação. Com o enredo ‘Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?’, sobre os 130 anos da Lei Áurea, a escola trouxe o tema para o presente no último setor do desfile, mostrando que a escravidão permanece até hoje. As reformas trabalhista e da previdência foram criticadas em alas como a ‘Guerreiros da CLT’.