Desgastada e apagada, Luislinda pede para sair
Direitos Humanos ficará com Gustavo do Vale Rocha, que integra a Casa Civil
Aministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, entregou ontem a sua carta de demissão ao presidente Michel Temer. A pasta será assumida pelo subchefe de Assuntos Jurídicos (SAJ) da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, que, segundo fontes do Planalto, vai acumular as duas funções. A exoneração e nomeação serão publicadas hoje no Diário Oficial da União.
O titular da SAJ já havia sido cotado para assumir outras pastas no governo e foi citado inclusive como possibilidade de cuidar do ministério extraordinário da Segurança, que Temer prometeu criar em breve.
Vale Rocha se tornou um homem de confiança do presidente, mas é controverso dentro do governo e sempre é lembrado por ter advogado para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Segundo fontes do Planalto, Temer avaliava trazer de volta a secretaria de Direitos Humanos de volta para o Ministério da Justiça. No entanto, agora com a nomeação de Vale Rocha, Temer deve manter a pasta de Direitos Humanos com o status de ministério.
Em dezembro, Luislinda pediu desfiliação do PSDB para permanecer no cargo mesmo após o desembarque dos tucanos. Alvo de polêmicas e criticada no Planalto por ter uma atuação “apagada”, Luislinda, no entanto, já estava praticamente descartada, e Temer buscava apenas um nome.
O episódio mais constrangedor ocorreu em novembro. Desembargadora aposentada, Luislinda pediu ao governo para acumular a aposentadoria de R$ 30.400 e o salário de ministra, de R$ 30.934, alegando que, ao receber o teto do funcionalismo público, de R$ 33.700 (aposentadoria e parte do salário de ministra), estava vivendo situação semelhante ao “trabalho escravo”.