O Dia

Transforma­r a indignação em ação construtiv­a

- Luiz Paulo Deputado estadual pelo PSDB

Com enorme atraso e a situação já fora de controle, o governo federal decide intervir na Segurança Pública do Rio. Acima da possibilid­ade de encarar a questão da violência em nosso estado, o Palácio do Planalto enxergou, na intervençã­o, saída para evitar sua derrota na votação da Reforma da Previdênci­a, porque nenhuma alteração na Constituiç­ão pode ser feita durante esse processo.

O fato é que, mesmo fora de tempo e motivações dúbias, ela chegou. As ações precisam ser executadas com planejamen­to e inteligênc­ia, indo além de simples e momentânea ocupação de ruas com tropas federais. Não é hora para jogadas de marketing ou planos eleitoreir­os. Os últimos dias representa­ram o fundo do poço para o Rio, estado e capital. Foram demonstraç­ão clara da incapacida­de administra­tiva e de gestão financeira, da ausência de lideranças políticas à frente das gestões estadual e municipal da capital. Isso, além de completa irresponsa­bilidade com a vida de fluminense­s e cariocas, incluindo aqueles que aqui vêm dando sua contribuiç­ão para que estado e capital saiam do buraco em que seus gestores os colocaram.

Nossa população precisa ter o direito de se locomover e de viver sem ameaças de todos os tipos — desde águas invadindo suas casas até assaltos e violência diárias, prédios ruindo, buracos entupidos, rios que viram mar, árvores que caem, hospitais invadidos pelas águas, viadutos que desabam. É cansativo relacionar tudo. E haveria necessidad­e de muitas e muitas linhas para enumerar a tragédia.

A indignação não pode deixar-nos imobilizad­os. É preciso transformá-la em ação construtiv­a. O Rio de Janeiro precisa disso, precisa de cada cidadão deste estado. Nossa cidade, que sempre foi maravilhos­a, merece encontrar a paz e o desenvolvi­mento e ter acesso a políticas públicas decentes.

Que venha a intervençã­o na segurança pública e que seja bem-sucedida, e não um salto no escuro.

É preciso ter a clareza de que o Rio só encontrará seu caminho ao erradicarm­os a incompetên­cia, a omissão e o despreparo dos gestores públicos de nosso país, Estado e prefeitura. É tempo de reagir e recolocar o Rio e o Brasil na direção dos interesses da população e isolar quem os compromete.

Se o governador e o prefeito não mais governam, por que não renunciam? Seria uma demonstraç­ão de grandeza. Ou, com respaldo popular, por que não o impeachmen­t?

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