O Dia

‘Me tornei atriz por causa da Ruth de Souza’

Olívia Araújo comenta os rumos de sua personagem, a independen­te e divertida Nicota, na novela ‘Tempo de Amar’

- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

Quando tinha aproximada­mente 13 anos, Olívia Araújo viu na TV uma cena com a atriz Ruth de Souza, na novela ‘Sinhá Moça’, em 1986, na Globo. “Me tornei atriz por causa da Ruth de Souza. Fiquei com aquela mulher linda na cabeça. Era uma das primeiras vezes que me via (representa­da), senti empatia. Não tinha ninguém da minha família ligado à vida artística”, conta a atriz de 45 anos. “Brinco que o Alcides Nogueira e o Mário Teixeira (autores de novelas) são meus ‘fado-madrinhos’ ”, completa.

No ar como a divertida Nicota em ‘Tempo de Amar’, de Alcides Nogueira, Olívia tem se divertido com a repercussã­o da personagem. Tudo porque depois de brigar com o também carismátic­o Geraldo (Jackson Antunes) e descobrir que ele ficou doente. A dona da pensão dá o braço a torcer e admite que gosta, muito, do comerciant­e. “As pessoas vinham me falar para ela ficar com ele. Gostam muito da personalid­ade da Nicota. Acham ela engraçada e o jeito que ela lida com as coisas também”, diverte-se a atriz, que é natural de São Paulo.

Entre as diversas facetas da personagem, Olívia diz que se encanta por Nicota por ela, além de ser uma mulher do bem, ter a questão da independên­cia feminina, vivendo sem a necessidad­e de um parceiro. “Mas ela não está fechada para o amor. Ela só não quer ser emocionalm­ente dependente”, afirma.

Até bem pouco tempo, Nicota era disputada por Raimundo (Gustavo Arthiddoro) e Geraldo. “Mas o Raimundo era muito grudento (risos). Mandava flores, queria vê-la sempre, ficava em cima. Quanto mais ele a aperta, mais ela foge. Apesar de ela gostar dos carinhos e dos presentes, isso não enchia os olhos a ponto de romance”, explica. Quem ganhou com isso foi Geraldo. “É uma maravilha gravar com o Jackson. Ele ajuda muito, compartilh­a, estuda junto. Eu era fã dele, e contracena­r com alguém que a gente é fã é ótimo”, comemora.

Olívia até explica a personalid­ade forte de Nicota. “Ela passou por tantas coisas nessa vida. É dona de seu próprio estabeleci­mento (pensão). Tem uma liberdade emocional para escolher com quem vai ficar. Não deve ter sido fácil, em 1929, com a abolição da escravatur­a logo atrás, os direitos femininos não alcançados - as mulheres só passaram a votar em 1932. Uma mulher dessas precisa ter força para se estabelece­r”, defende.

Com 22 anos de carreira, e dez na TV, Olívia diz que não faz ideia de como deve ser o desfecho de sua personagem. “A Nicota está tão legal, o que o Alcides escolher vai ser maravilhos­o. Ela se mostrou amiga, divertida, parceira, de caráter. São muitas facetas. Estou muito contente e orgulhosa”, diz, animada.

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JOÃO MIGUEL JÚNIOR/TV GLOBO
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REPRODUÇÃO

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