Passagem mais alta, qualidade de menos
Moradores da Baixada Fluminense sofrem com tarifas de ônibus mais caras em comparação ao Município do Rio
Enquanto os passageiros do Município do Rio desfrutam de passagens mais baratas desde o ano passado, por determinação da Justiça, em decorrência da investigação sobre o esquema de corrupção que impedia a fiscalização e aumentava tarifas dos ônibus, na Baixada Fluminense as passagens só aumentam. A partir de amanhã, a tarifa de Nova Iguaçu vai custar R$ 4 — R$ 0,40 acima do valor da passagem carioca, que é de R$ 3,60.
Em Nova Iguaçu o valor da passagem saiu de R$ 3,80 e ficará R$ 0,20 mais caro. Mas o preço mais alto não significa qualidade melhor no transporte, dizem passageiros. Além da falta de ar-condicionado, a sujeira e condições dos ônibus são as principais reclamações de quem utiliza o transporte público diariamente.
“Pagamos passagem mais cara e não temos nenhum conforto. Sempre pego ônibus sujo e muitos estão até quebrados”, reclamou Arlene de Fátima, 55, moradora da Posse.
Outra crítica foi pela falta de abrigos nos pontos de ônibus. “Não está valendo pagar nem pelos R$ 3,80, que dirá pagar mais caro. Olha como ficamos aqui, exposto ao sol e a chuva direto”, declarou Deilson Lima, 54, de Vila de Cava.
Em Duque de Caxias, 40% das linhas que circulam no município tiveram suas passagens reduzidas no ano passado. As linhas, cujas tarifas tinham o valor de R$ 5,50 passam a custar R$ 4,25. Além disso, outras linhas, que faziam percursos semelhantes e custavam R$ 4,35 também passaram para R$ 4,25.
“O ônibus demora demais para passar, não deveria custar tudo isso”, disse Maria das Graças, 52, moradora do bairro Parque Paulista.
Belford Roxo tem três linha municipais e a passagem é R$ 4. O mesmo valor é cobrado em São João de Meriti, onde tem 11 linhas.
O prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa, justificou o aumento. “É preciso ajustar o valor, pois houve dissídio da cate- goria, aumento do combustível e outras coisas que é preciso equacionar e equilibrar”.
Em relação aos abrigos nos pontos de ônibus, Rogério Lisboa afirmou que em 120 dias encerrará a licitação para determinar a empresa que cuidará desta questão. E garantiu que logo após isto, os pontos estarão com cobertura.
O sindicato das empresas da Baixada diz que a situação financeira das empresas é precária e deve ser levada em conta no ajuste.