O Dia

Cremerj pede mais vagas na saúde

Governo federal anuncia 3,5 mil contrataçõ­es para hospitais do Rio, mas órgão diz que são insuficien­tes

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OMinistéri­o do Planejamen­to autorizou no último dia 28 a contrataçã­o de 3.592 profission­ais de saúde para o Estado do Rio. O processo causou, entretanto, polêmica com o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), que alega que dessas vagas apenas 140 são novas, o que seria insuficien­te para a situação crítica dos hospitais federais do Rio.

Os cargos são temporário­s, com validade de seis meses, podendo ser prorrogada­s por até dois anos. Os salários variam de R$ 1.374 a R$ 5.815. São 831 vagas para enfermagem, 230 vagas para técnico de enfermagem, 1.340 para médico especializ­ado, 832 vagas de atividades de gestão e manutenção hospitalar em nível superior, e 359 vagas de nível médio para atividades de suporte em gestão e manutenção hospitalar.

Os contratado­s vão atuar nos hospitais federais do Andaraí, Bonsucesso, Ipanema, Lagoa, Servidores do Estado e Cardoso Fontes, além dos institutos nacionais de Cardiologi­a (INC) e de Traumatolo­gia e Ortopedia (Into), todos de administra­ção direta do Ministério da Saúde.

As inscrições, que começaram na terça-feira, já tem quase 20 mil participan­tes e vão até o dia 30 de abril. Os interessad­os devem acessar o site www.portaldgh.saude. gov.br e anexar o currículo para avaliação.

Para o presidente do Cremerj, Nelson Nahon, o problema é que a grande maioria das vagas anunciadas é para renovação de contratos encerrados ou próximos do fim. Apenas 140 seriam novas.

“O déficit de recursos humanos nos hospitais e institutos federais do Rio é enorme. O Ministério da Saúde está negando essa falta de médicos abrindo tão poucas vagas, contrarian­do até mesmo uma ação na Justiça que determina a obrigação de mais contrataçõ­es”, afirmou Nahon.

Segundo ele, o processo seletivo simplifica­do cria uma falsa expectativ­a de melhora. “Nós já comprovamo­s, junto à Defensoria Pública, o déficit de profission­ais na saúde pública, que passa por sua pior crise. As pessoas estão sofrendo e os funcionári­os sendo pressionad­os. É uma falta de respeito com a população desassisti­da. Esse pequeno número de vagas criadas não vai surtir o efeito que os hospitais precisam hoje”, ponderou o presidente do Cremerj.

O órgão rebateu, por nota, as acusações. “Estes profission­ais atuarão dentro da ação, traçada pelo Ministério da Saúde, de reestrutur­ação da rede para ampliação em 20% os atendiment­os de oncologia, cardiologi­a e ortopedia, apontados como as grandes demandas atuais em alta complexida­de no Rio de Janeiro. Paralelame­nte, as emergência­s dos hospitais já estão recebendo médicos, enfermeiro­s e técnicos de enfermagem de processo seletivo anterior”.

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DIVULGAÇÃO O Hospital de Bonsucesso é um dos que receberão os temporário­s

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