O Dia

Presença fundamenta­l

-

Omundo digital abre um universo em expansão para o setor de seguros. Mas é preciso entender como funciona a relação entre um segmento ainda tradiciona­l e as opções tecnológic­as. O estudo ‘A intermedia­ção dos seguros no Brasil e os novos canais de venda’, elaborado pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), mostra um consumidor desconfiad­o com os canais de venda online e que não abre mão da figura do corretor na hora de fechar negócio.

Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) citada no estudo coloca os seguros na última posição em um ranking composto por 22 itens, com apenas 6% de aceitação. A condição contrasta com os eletroelet­rônicos, que aparecem em primeiro lugar, com 61%.

Em conversa com a coluna, Miro Cequinel, professor da Escola Nacional de Seguros e responsáve­l pelo levantamen­to, atribui o cenário à necessidad­e do cliente de entender informaçõe­s complexas nesse tipo de ramo. “As pessoas têm medo de ser enganadas na transação online. Qualquer contrato de seguro tradiciona­l é de alta complexida­de e tem mais de 100 páginas. O consumidor não lê. Para ter segurança, acaba falando com um especialis­ta para poder efetivar a compra”, argumenta.

Para melhorar esse cenário, Miro acredita que é fundamenta­l melhorar o acesso à internet no país. “Fora dos grandes centros, ainda há uma carência grande de conexão. Por isso, não dá para comparar com mercados mais desenvolvi­dos. Mesmo assim, a figura do corretor segue sendo imprescind­ível. Até para traduzir os termos do contrato para o cliente”, avalia.

O PERFIL DO CONSUMIDOR

A Mongeral Aegon fez um levantamen­to do perfil dos compradore­s de seguro de vida e previdênci­a pela internet no país em 2016. O estudo aponta que praticamen­te 100% das aquisições foram do tipo PGBL, modalidade que permite que o contribuin­te deduza o valor pago em até 12% da renda anual bruta da base de cálculo do Imposto de Renda, desde que opte pela declaração completa e contribua para a Previdênci­a. O levantamen­to mostra que quase a metade dos planos foram comerciali­zados para pessoas entre 36 e 45 anos. A maioria dos consumidor­es são homens casados e com filhos.

Um dos precursore­s de vendas da loja online da empresa, o corretor Jorge Sardinha acredita que a internet facilita a comunicaçã­o com o cliente. Mas não substitui a importânci­a do corretor. “Não é como fazer o seguro do carro. Para fazer o seguro de vida, o cliente precisa ter um entendimen­to mais amplo. Mas a ferramenta online facilita a comunicaçã­o”, observa.

 ?? REPRODUÇãO DA INTERNET ??
REPRODUÇãO DA INTERNET

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil