Preço do diesel vai baixar 10% para aliviar greve
Diante da paralisação de caminhoneiros, Petrobras congela valores por 15 dias
APetrobras resolveu sair em socorro do governo Temer, pressionado pela greve dos caminhoneiros que já provoca desabastecimento em vários estados, ao anunciar ontem que o preço do diesel terá redução de 10% a partir de hoje. Além disso, o valor cobrado nas refinarias ficará congelado pelos próximos 15 dias. A decisão da empresa não afeta os preços da gasolina, que a partir de hoje cairá 0,62% e custará R$ 2,0306, o litro, nas refinarias, seguindo a política ajustes da companhia.
De acordo com a empresa, na prática, a queda média dos preços deverá ser de R$ 0,23 nas refinarias. O impacto nas bombas para o consumidor final, ou seja os caminhoneiros, pode ser de queda média de R$ 0,25 nos postos de combustível.
Com a redução, o preço médio de venda da Petrobras nas refinarias e terminais, sem tributos, será de R$ 2,1016 por litro a partir desta quinta-feira. Após 15 dias, a companhia retomará gradualmente a política de ajuste de preços em vigor desde 30 de junho de 2017.
Conforme Pedro Parente, presidente da Petrobras, a medida é de caráter excepcional e não representa mudança na política de preços adotada pela estatal e que vem provocando aumentos seguidos nos prelos dos combustíveis. Com esta decisão, a estatal acredita que seja possível ao governo e aos representantes dos caminhoneiros encontrar solução que tenha impacto definitivo nos preços do diesel comercializados no país.
TEMER NÃO TERÁ TRÉGUA
O anúncio da queda de preços do diesel ocorreu em seguida à negativa dos caminhoneiros a um pedido de trégua feito pelo presidente Temer à categoria. Ele solicitou dois ou três dias de alívio na paralisação que afeta todo o país para que seja encontrada uma “solução satisfatória” sobre o preço dos combustíveis.
“Desde domingo estamos trabalhando neste tema para dar tranquilidade não só ao brasileiro que não quer ver paralisado o abastecimento, mas também tentado encontrar uma solução que facilite a vida especialmente dos caminhoneiros”, declarou Temer.
O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, não viu motivos para suspender o movimento. Ele argumentou que o governo não apresentou nada que avançasse nas negociações. Sendo assim, a greve vai continuar, garantiu ao sair de uma reunião com ministros no Palácio do Planalto.
No entanto, os representantes do setor que já haviam rejeitado a suspensão do movimento antes mesmo de Temer pedir trégua mantiveram a paralisação.
“O governo não apresentou nenhuma proposta nova”, reclamou Bueno. “A categoria não vai se contentar só com promessas”.