O Dia

Bullying contra o tucano

Marina responde ‘de jeito nenhum’ à ideia de ser vice de Alckmin; Bolsonaro recusa debate

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Sem conseguir empolgar nem o próprio partido, que ele acusou em reunião no início da semana de ‘fazer corpo mole’ na campanha, o candidato a presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, foi desdenhado por dois de seus concorrent­es mais bem colocados nas pesquisas ontem. A candidata da Rede Marina Silva respondeu com um sonoro “de jeito nenhum!” à sugestão de uma “união de forças democrátic­as” na qual ela figuraria como vice do tucano. E Jair Bolsonaro (PSL) disse que “tem mais o que fazer”, ao ser perguntado sobre o desafio lançado na véspera pelo ex-governador paulista para um debate público sobre propostas para o setor de Segurança.

Os constrangi­mentos para Alckmin começaram na noite de quarta-feira, quando ele veio ao Rio e discursou para uma plateia de 25 pessoas em um salão preparado para receber 120 lideranças. “Não conheço as propostas do nosso concorrent­e”, disse Alckmin, se referindo a Bolsonaro. “Até faço o convite a ele para fazer o debate sobre Segurança, seja pela televisão, internet ou rádio, para conhecer melhor as propostas e a gente aprofundar o tema”, disse.

Ontem, o pré-candidato falando ao ‘Estado de S. Paulo’, ironizou o convite dizendo que “não tem tempo a perder” com o tucano. “Ele está perdendo para mim até em São Paulo. Não tenho tempo para ficar discutindo essas coisas com ele. Quando ele estiver na minha frente em São Paulo, ou atingir dois dígitos, ele liga para mim”, disse o deputado federal, que cumpriu agenda em Aracaju (SE).

Já Marina Silva respondeu aos acenos de lideranças tucanas e descartou dividir chapa com Alckmin (PSDB). “De jeito nenhum. Somos um partido que se coloca respeitand­o o legado do que há de bom do PT e do PSDB, mas somos uma alternativ­a. PT e PSDB precisam de férias”, disse a candidata, durante sabatina na rádio Jovem Pan. “Também não”, acrescento­u quando perguntada se aceitaria Alckmin como vice.

FHC, que teve e-mails em que pedia a Marcelo Odebrecht colaboraçõ­es para campanhas do PSDB revelados na noite de quarta-feira, havia afirmado que Marina tem “uma história a ser explorada”. Alckmin chamou a ex-ministra de Lula de “idealista, correta”. Os elogios não convencera­m Marina. “Não vejo o PSDB sair em defesa da Lava Jato e isso deve ser parte importante, integrante do programa”, disse ontem.

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ALEXANDRE BRUM / AGENCIA O DIA Geraldo Alckmin: sem decolar, ex-governador sofre pressão

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