Nicarágua já soma 134 mortes em revolta
Pelo menos 134 pessoas morreram como resultado da repressão violenta na Nicarágua contra manifestantes anti-governo que tomaram as ruas desde 18 de abril, informou um grupo humanitário.
Grupos armados, conhecidos como “turbas”, atacaram na quarta-feira à noite jovens manifestantes que queriam fechar o tráfego na cidade de Chinandega, capital do departamento de mesmo nome, que se conecta a um dos postos de fronteira com Honduras, segundo a imprensa local.
Os três jovens foram atingidos por balas e morteiros durante o ataque. Entre as vítimas está um estudante da Universidade Autônoma da Nicarágua (Unan) da cidade de León, José Casco, que veio para apoiar os manifestantes de Chinandega.
Os protestos contra o governo de Daniel Ortega se agravaram esta semana com bloqueios nas estradas em quase todo o país.
O presidente concordou em se reunir com os bispos da Conferência Episcopal para discutir a possibilidade de retomar o diálogo que os religiosos estavam mediando desde maio, e que foi suspenso devido à recusa do governo em cessar a repressão contra os manifestantes.
A Anistia Internacional (AI) assinalou em um comunicado publicado no México que o presidente Daniel Ortega “não mostrou a menor inclinação para acabar com sua política sistemática de repressão violenta que já cobrou mais de 100 vidas em menos de dois meses, com um saldo que sobe a cada dia”.