O Dia

UMA CONQUISTA QUE EXIGE NOVOS HÁBITOS E COSTUMES

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Viver mais tem um preço literalmen­te maior. É como se a vida cobrasse da gente pedágios extras pelas faixas bônus que ganhamos. Melhores práticas e recursos medicinais, maiores cuidados e higienes pessoais, além de forte conscienti­zação em relação à saúde pública ou privada, contribuír­am para o aumento da longevidad­e de homens e mulheres no Brasil. Temos cada vez mais pessoas que passam dos 80, chegam aos 90 e ainda atingem os 100 anos de idade.

Mas essa longevidad­e — resultante de adoção de hábitos saudáveis e de mudanças de costumes sanitários — é uma conquista que exige novos hábitos e novos costumes também na área financeira. Isso porque, quanto mais vivemos, mais precisamos de dinheiro para seguir cuidando da saúde, comprando nossos remédios, pagando nossos consumos, quitando nossos cartões de crédito, financiand­o nossos lazeres e entretenim­entos — quem sabe, no ritmo dos netinhos.

O que significa que a longevidad­e pode ser uma bênção ou uma penitência — tudo vai depender da prevenção ou do planejamen­to orçamentár­io que se fez por conta dela.

Por essas e outras, por exemplo, atualmente não se pode mais sonhar em “acumular R$ 1 milhão aos 30 anos e passar a viver de renda” (como me consultou esta semana uma leitora-ouvinte).

Com R$ 1 milhão na conta, tão jovem, ela só vai poder “viver de renda” até os 40 ou 50 anos. Se viver até os 60 (ou seja, outros 30 anos de existência), a essa altura a moça estará morrendo de fome e dormindo ao relento. A menos que, com R$ 1 milhão investidos (a juros abaixo da média histórica), ela tenha hábitos austeros, espartanos e monásticos de quem é capaz de se sustentar gastando apenas um salário mínimo por mês. O que aparenteme­nte não é o caso da jovem.

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