Milicianos produziam e vendiam bebida falsa
Até tinta de carro era usada nas misturas por grupo da Zona Oeste, diz a polícia
APolícia Civil descobriu que milicianos da Zona Oeste estavam produzindo bebidas alcoólicas falsificadas. Além disso, segundo as investigações, os criminosos obrigavam comerciantes a comprar essas bebidas e revender para seus clientes. A operação culminou ontem com a prisão de cinco pessoas, na comunidade da Gardênia Azul, em Jacarepaguá.
De acordo com a polícia, os criminosos usavam álcool etílico, corante, tinta de carro, cola, tinta spray e até produtos para pintar cabelo para misturar nas bebidas. Essas garrafas eram vendidas em eventos e estabelecimentos da Zona Sul e também da Zona Oeste.
De acordo com a denúncia, os comerciantes estavam sendo pressionados a comprar bebida adulterada por homens que seriam dessa milícia. Análises feitas pela perícia da Polícia Civil confirmaram as falsificações.
Além das prisões, foram apreendidas centenas de garrafas de rótulos famosos, que eram usadas para colocar a vodca e o uísque falsificados.
Os riscos à saúde são graves caso uma pessoa consuma alguma dessas substâncias. “Nosso organismo não está adaptado a metabolizar alguns tipos de substâncias. O metabolismo delas podem levar até a uma parada cardíaca, ou a um aceleramento dos batimentos, causando o infarto”, explicou o Dr. Silvio Pessanha Neto, gestor nacional do curso de medicina do Grupo Estácio. Ele acrescentou que esses são casos extremos, mas que existem outras consequências. “Podem fazer com que a pessoa perca suas funções intelectuais, ficar fora de si. Efeitos parecidos com os do golpe Boa noite, Cinderela.”
Um dos empresários ameaçados contou como foi o contato com a milícia. “Cinco chegaram, me chamaram e “falou”:’Ó, vou jogar o esquema limpo pra você. Eu sei que você faz muito evento, trabalha com muita bebida, a gente é da milícia aqui da área. A gente trabalha com bebida falsa. Você tem que comprar com a gente, ou você e seus clientes vão começar a ter problemas com a gente’”, disse em entrevista à TV Globo.