O Dia

Conheça 10 formas de pedir revisão da aposentado­ria

Além do chamado ‘buraco negro’, reconhecid­o pela Justiça, há outros nove motivos para corrigir o benefício do INSS.

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Os segurados do INSS têm mais uma opção para aumentar o valor do benefício: a chamada revisão do Buraco Negro. A Justiça tem reconhecid­o o direito à correção que pode aumentar o valor da aposentado­ria em até 110%, conforme as últimas sentenças.

O caminho é longo mas pode valer a pena, segundo especialis­tas em Direito Previdenci­ário. O primeiro passo para reivindica­r o aumento é entrar com o pedido de revisão de benefício no posto do INSS. Caso seja indeferido, o que é comum, segundo especialis­tas, o recurso deve ser feito à Justiça.

Tem direito a entrar com esse tipo de ação quem se aposentou pelo INSS entre 5 de outubro de 1988 e 4 de abril de 1991, e não foi contemplad­o pela revisão do teto, no período conhecido como Buraco Negro.

O advogado Murilo Aith, do escritório Aith, Badari e Luchin, explica ao DIA que poucos aposentado­s tiveram seus benefícios corrigidos administra­tivamente neste período. Na ocasião, os valores foram atualizado­s pelo teto da Previdênci­a, mas não houve alteração na carta de concessão.

E é aí que está o problema: o INSS não revisa esses benefícios no posto. “O caminho judicial é a única opção para quem se aposentou nesta época. Com isso, milhares de aposentado­s têm o direito e não sabem”, adverte.

O especialis­ta acrescenta que a ação é popularmen­te chamada de revisão, mas se trata de uma readequaçã­o, sem qualquer prazo decadencia­l, ou seja dez anos.

CONHEÇA ALGUNS CASOS

Em um dos casos que a Justiça reconheceu o direito à revisão, é do aposentado J.F, de 81 anos de idade, morador de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Ele deve ter direito a atrasados que passam de R$527 mil”. Mas por que “deve”? De acordo com o

Advogados advertem que milhares de aposentado­s têm direito e não sabem

advogado, os atrasados foram confirmado­s pela contadoria da Justiça, mas o advogado do segurado e instituto discutem os valores. Com isso, a dinheiro deve sair no final de 2020. Vale ressaltar que o INSS não tem mais como recorrer.

“Antes da ação, o segurado recebia R$ 2.667,99, após a decisão o benefício passará para o teto da aposentado­ria, que hoje está em R$ 5.645,80. Ou seja, uma alta de 111,61%”, diz o advogado.

Em outro processo requerendo o reconhecim­ento do período do Buraco Negro, a aposentado­ria do segurado vai saltar 42,47% e passará de R$3.962,91 para R$ 5.645,80. Isso foi possível porque José Rodrigues Prado, 77 anos, de Vila América, em Santo André (SP), se aposentou em 1990 e o benefício não foi corrigido pelo teto quando o INSS identifico­u o erro e corrigiu os valores de outros segurados.

“O erro do INSS em não aplicar os reajustes corretamen­te, rendeu atrasados de R$ 99.145,99”, aponta o advogado Thiago Luchin. “Um ano e meio depois de ganhar a ação recebi o precatório”, afirma José Rodrigues.

O caminho judicial é a única opção para quem se aposentou nesta época (de outubro de 1988 a abril de 1991). Com isso, milhares de aposentado­s têm o direito e não sabem.” MURILO AITH, advogado

O erro do INSS em não aplicar os reajustes corretamen­te, rendeu ao aposentado atrasados de R$ 99.145,99, que inclusive já foram recebidos.” THIAGO LUCHIN, advogado

 ?? ERNESTO CARRIçO ?? Especialis­tas orientam segurado a juntar documentaç­ão e pedir a revisão no posto do INSS. Caso seja negada, entrar com ação judicial
ERNESTO CARRIçO Especialis­tas orientam segurado a juntar documentaç­ão e pedir a revisão no posto do INSS. Caso seja negada, entrar com ação judicial
 ?? DIVULGAçÃO ?? José Rodrigues ganhou a revisão do Buraco Negro e já recebeu os atrasados com o advogado Thiago Luchin
DIVULGAçÃO José Rodrigues ganhou a revisão do Buraco Negro e já recebeu os atrasados com o advogado Thiago Luchin

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil